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Com R$ 1 bi, Beta inicia operações no mercado livre

Com R$ 1 bi, Beta inicia operações no mercado livre

Em: 29/09/2017 às 14:12h por

A Beta Comercializadora, empresa criada pelo fundo de investimentos CSHG Delta Energia e que terá à disposição R$ 1 bilhão, captados pelo Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG) e a Delta Energia, iniciará em outubro as operações no mercado livre. A meta da comercializadora é negociar um volume de energia de 1.200 a 1.500 megawatts (MW) médios por ano, se colocando como uma das líderes do mercado.

"O retorno [financeiro], que é pactuado com o fundo, é de 20% a 25% por ano. Em termos práticos, se estamos falando em um patrimônio líquido de R$ 1 bilhão, seria uma margem bruta agregada na comercializadora entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões por ano, ao longo de cinco anos", afirma o presidente da Beta, João Carlos Guimarães, executivo com longa experiência no mercado de energia e que respondia pela diretoria-geral da EDP Comercializadora, uma das maiores empresas do segmento.
Segundo ele, a estratégia da é atuar no mercado livre de duas formas. Do montante de R$ 1 bilhão, R$ 100 milhões serão destinados à atividade de trading tradicional (compra e venda de energia). Já os outros R$ 900 milhões serão utilizados em operações de pré-pagamento de energia, na qual a companhia comprará uma determinada quantidade de energia, pagando antecipadamente por sua totalidade. Em seguida, a empresa negociará a venda desse bloco, conforme for montando seu portfólio.

"Nosso foco são contratos de um mês a até dois anos [de duração], podendo chegar, em casos excepcionais, até três anos em qualquer submercado", explicou Guimarães.

O que despertou o interesse do executivo para o negócio foi o modelo inédito criado pelo CSHG Delta Energia, que busca atrair investidores financeiros profissionais para o setor elétrico e oferece retornos diferenciais, em um momento de taxas de juros decrescentes.
"O que me atraiu nesse projeto é que investidores financeiros profissionais, que não investiam no setor produtivo, foram atraídos por um modelo de negócios que busca o capital desses investidores para aplicação no negócio de comercialização de energia", explicou Guimarães.
Segundo o executivo, o fundo tem um prazo previsto de cinco anos, com possibilidade de renovação pelo mesmo prazo, caso haja interesse dos investidores.

O presidente da Beta destacou ainda o momento oportuno para o início das operações da companhia, enquanto é discutida pelo governo uma ampla reforma no marco legal do setor elétrico, com viés de abertura de mercado. "O governo quer de fato que a energia seja uma commodity. Isso é muito bom para o setor energético e para a operação da Beta. Se a energia de fato for uma commodity, será possível inclusive a operação de uma bolsa de energia, que é o próximo passo que vamos ter no Brasil".

Por outro lado, Guimarães demonstrou preocupação com o impasse causado pelo déficit de geração hídrica, medido pelo GSF (sigla em inglês para a medida do volume de energia de fato gerado pelas hidrelétricas em relação ao que elas estão autorizadas a comercializar). "Isso está comprometendo a saúde financeira da geração. Para um setor ser pujante, você precisa que as empresas do setor sejam pujantes", completou.

Fonte: Valor Econômico