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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Estrangeiros garantem R$ 15,9 bi ao governo em leilões na área de energia

Estrangeiros garantem R$ 15,9 bi ao governo em leilões na área de ener

Em: 28/09/2017 às 14:14h por

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Os resultados dos leilões de quatro usinas da Cemig, assim como de áreas de petróleo e gás, demonstraram que os investidores estrangeiros seguem com apetite pelo Brasil. Os certames arrecadaram um total R$ 15,9 bilhões, que vão encher os cofres do governo.

"O resultado foi excepcional", avalia o sócio da KPMG das áreas de energia e recursos naturais, Manuel Fernandes. "Há um grande interesse pelo Brasil, que conta com ativos de qualidade", completou. Segundo ele, o dólar no atual patamar contribuiu para o resultado, já que tornou o preço dos lances atrativos para os estrangeiros.

"Os setores de energia e recursos naturais estão no alvo dos grandes players globais", ressaltou o executivo.
As quatro usinas da Cemig foram arrematadas pela chinesa State Power Investment Corp.(SPIC), pela francesa Engie e pela italiana Enel. O pagamento total pelos bônus de outorga à União em troca dos ativos somou R$ 12,13 bilhões, representando um ágio médio de 9,73% em relação ao valor proposto inicialmente. Segundo o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Paulo Pedrosa, o ágio obtido nos leilões das hidrelétricas foi significativo, demonstrando uma baixa percepção de risco por parte dos investidores.

A licitação das usinas da Cemig foi alvo de disputa entre a companhia e o governo. O imbróglio começou em 2012, quando a ex-presidente Dilma Rousseff anunciou a redução de 20% nas tarifas de energia. A Cemig não aceitou as condições, já que a remuneração pela energia produzida por suas usinas seria baseada apenas nos custos de operação e manutenção - o chamado regime de cotas. Além disso, a Cemig alegava que os contratos, que serão encerrados este ano, continham cláusulas de renovação automática, o que o governo discordou, argumentando isso era uma opção.

"Em todo processo de concessão sempre há, no Brasil, um certo questionamento. [Os proponentes] fizeram propostas concretas, com valores significativos. Foi leilão com ágio em todos os processos, o que demonstra que a percepção de risco não é significativa", disse Pedrosa, ao comentar o resultado do leilão realizado na B3.

A chinesa SPIC ficou com a maior usina do leilão, de São Simão, com uma oferta de R$ 7,18 bilhões (ágio de 6,5%).
A Engie ficou com as hidrelétricas de Jaguara (R$ 2,17 bilhões) e Miranda (R$ 1,36 bilhão), significando ágios, respectivos, de 13,5% e 22,4%. Já a Enel arrematou a usina de Volta Grande, por R$ 1,419 bilhão, com ágio de 9,85%.

Petróleo

Já a 14ª Rodada de Licitações de blocos para exploração de petróleo e gás natural da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) registrou o maior bônus de assinatura total da história - mais de R$ 3,8 bilhões - e as duas maiores ofertas por bloco - cerca de R$ 2,24 bilhões e R$ 1,2 bilhão. O ágio, no certame, foi de 1.556,05%, desempenho acima das expectativas, que eram de R$ 1 bilhão do MME e R$ 500 milhões da ANP.

O destaque ficou por conta dos lances ofertados pelos blocos na Bacia de Campos, feitos pela Petrobras e pela Exxon Mobil. A norte-americana, que voltou a realizar grandes investimentos no País, arrematou dez setores, dos quais dois sozinha e oito em parceria.

Fonte: DCI