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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Transmissão pode ter investimento recorde de R$ 23 bi, diz Aneel

Transmissão pode ter investimento recorde de R$ 23 bi, diz Aneel

Em: 07/08/2017 às 14:07h por

O segundo leilão de linhas de transmissão previsto para 2017, a ser realizado entre outubro e novembro, deve oferecer projetos que somam R$ 10,3 bilhões em investimentos. Se todos os lotes forem arrematados, o segmento baterá recorde de contratação de novos projetos em um ano, alcançando R$ 23 bilhões - em abril, R$ 12,7 bilhões foram contratados. Essa projeção é feita por técnicos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Confirmada a expectativa de contratação de novas linhas este ano, o segmento terá superado em mais de 20% o volume de R$ 18,9 bilhões dos projetos negociados nos leilões do ano passado. Os certames de 2016 são responsáveis, até agora, pelo maior volume de investimento anual em transmissão registrado na série histórica do órgão regulador.

Tiago Correia, diretor da Aneel, considera que o recorde de contratação de linhas em 2017 pode ser explicado pelo aperfeiçoamento dos editais e melhora na rentabilidade dos projetos. Até o ano passado, houve ainda o represamento de lotes não arrematados nos leilões pelas transmissoras que não estavam satisfeitas com o ambiente de contratação.

"Este ano tivemos uma melhora significativa dos leilões com maior clareza das regras, mas me parece que a principal razão desse resultado, a ser confirmado, é o aumento da taxa interna de retorno", disse Correia ao Valor. No ano passado, os novos projetos de transmissão tiveram a remuneração pela taxa interna de retorno - Wacc, na sigla em inglês - ajustada de 8,5% para 9,5%.
As transmissoras reconhecem que a mexida nos contratos contribuiu para a volta dos leilões competitivos. Em abril, a Aneel negociou 7 mil km de novas redes com deságio médio de 36,5% sobre a receita anual proposta no edital. A licitação foi marcada pela participação de empresas que nunca estiveram presentes, como o grupo indiano Sterlite Power Grid Venture.

O setor considera que, a partir de agora, as transmissoras tradicionais retornarão aos certames com força total. O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transmissão (Abrate), Mário Miranda, afirmou que os lotes "vazios" - sem empresas interessados em adquirir - começaram ocorrer com frequência a partir de 2013, logo após a redução drástica de receita das transmissoras que renovaram os contratos pelas regras da polêmica Medida Provisória 579/ 2012.

Segundo Miranda, o conjunto de nove concessionárias (Cteep, CEEE, Copel, Cemig, Celg, Furnas, Eletrosul, Eletronorte e Chesf) terão o fluxo de caixa restabelecido somente a partir deste mês, com o início do pagamento das indenizações por investimentos feitos na vigência dos antigos contratos. "As transmissoras tradicionais eram responsáveis por 66% dos lotes negociados nos leilões", disse o presidente da entidade ao Valor.

Fonte: Valor Econômico