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Cemig quer leilão da Light na bolsa

Cemig quer leilão da Light na bolsa

Em: 29/06/2017 às 13:58h por

A estatal mineira Cemig pretende vender sua participação na Light por meio de um leilão público na bolsa de valores de São Paulo (B3). De acordo com o presidente do conselho de administração da elétrica fluminense, Nelson Hubner, o objetivo é realizar o processo "em um prazo rápido", até meados de outubro.

"O que estamos pensando, estamos fazendo esse desenho ainda, é vender todo o bloco de ações da Cemig em uma operação de bolsa. Queremos fazer um leilão na bolsa. Não sabemos como vai ser, estamos discutindo a forma adequada, mas a Cemig, o governo de Minas, querem que façamos um processo aberto, público", explicou Hubner ao Valor. "Nosso objetivo é que até o fim de setembro, meados de outubro, tenhamos concluído esse processo", completou ele.

A ideia é leiloar todo o bloco de controle da Light, que detém 52% de participação da empresa. Desse total, a Cemig possui, entre participações direta e indireta, 43% da elétrica fluminense. O restante do bloco de controle pertence aos bancos Votorantim, Banco do Brasil e Santander, que exerceram opção de venda de suas participações à Cemig, cujo prazo venceu em maio do ano passado, mas foi estendido para novembro deste ano.

Hubner lembrou que a estratégia inicial da Cemig era a de vender apenas uma parte das ações na Light, mantendo participação relevante na composição da companhia. "Com o agravamento da situação financeira da Cemig, a decisão foi a de alienar totalmente as ações na Light. O caminho agora será outro. A Cemig não será mais um acionista preponderante [como era previsto na estratégia anterior]", afirmou. A Cemig tem quase R$ 5 bilhões em dívidas vencendo este ano.

É dentro dessa nova perspectiva que a Cemig acatou a sugestão de Hubner e indicou Luís Fernando Paroli Santos para a presidência da Light, tendo seu nome aprovado pelo conselho da elétrica fluminense ontem à noite. "O objetivo agora seria trazer um diretor presidente que mantivesse a Light no mesmo rumo, ou seja a equipe técnica absolutamente focada no resultado, ao mesmo tempo buscando saídas para a Light na questão financeira", explicou Hubner.

Alienação de controle não deve interferir no plano de venda de ativos da Light, que tem R$ 6,4 bilhões em dívidas

Questionado sobre o aspecto político da indicação de Paroli, que, segundo fontes ouvidas pelo Valor, seria ligado ao secretário de governo de Minas Gerais, Odair Cunha, Hubner afirmou que o executivo é "um técnico que tem sensibilidade política e, sobretudo, a visão política de alguém para assumir um cargo diretivo em uma empresa". Ligado ao PT, Paroli é ex-diretor das estatais Cemig e Furnas.

Fonte: Valor Econômico