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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Precificação da energia precisa de melhorias

Precificação da energia precisa de melhorias

Em: 29/06/2017 às 13:57h por

O modelo de precificação da energia elétrica precisa ser aprimorado antes que a atividade econômica retome a trajetória de expansão, dizem especialistas ouvidos pelo DCI.

Embora o ajuste defendido pelos especialistas seja pontual, o atual modelo tem levado a alta volatilidade no mercado de curto prazo (spot). No mercado cativo, a mudança nas bandeiras tarifárias também preocupa.

"O [atual] modelo fica olhando só para a água das chuvas, mas tem que olhar para os reservatórios também, que ainda estão baixos e, entrando novamente em uma seca, a situação pode ficar complicada", observou o presidente da Thymos Energia, João Carlos Mello.

Segundo ele, o atual modelo exige ajustes porque os preços e tarifas sofrem influência do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) - que é o custo da energia no mercado de curto prazo - nos dois mercados.

"O PLD tem flutuado mais do que precisaria e a situação hidrológica continua ruim, porque é como se o modelo considerasse o efeito das chuvas em uma bacia e não no sistema todo, cujo tamanho equivale a uma piscina olímpica", explica a o presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Edvaldo Santana.

O problema no atual modelo, conforme Mello e Santana, está especificamente no Newave, um programa usado para calcular o PLD. "O problema nesse algoritmo já foi identificado e estão tentando aprimorar o programa. Mas uma mudança como essa não acontece rápido e só deve valer a partir do ano que vem", comenta o dirigente da Abrace.

Mello, da Thymos, também vislumbra uma possível mudança no atual modelo entrando em vigor apenas em 2018.

"A bandeira tarifária também precisa ser aprimorada, para que as mudanças na sinalização sejam melhor avaliadas", diz Santana. De acordo com ele, o problema na mudança da bandeira é que hoje ela passa do sinal vermelho para o verde de um mês para o outro, sem que o nível dos reservatórios tenha efetivamente melhorado. Para evitar problemas, é necessário avaliar melhor as mudanças na bandeira, defende o dirigente.

Fonte: DCI