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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Eletrobras diz que estrangeiros querem parceria em Angra 3

Eletrobras diz que estrangeiros querem parceria em Angra 3

Em: 27/06/2017 às 14:12h por

Quatro grupos estrangeiros já demonstraram interesse em participar do projeto de construção da usina nuclear de Angra 3, afirmou ontem o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior. As obras estão paradas desde 2015 em razão do envolvimento no escândalo de corrupção da Lava-Jato. Segundo o executivo, empresas de Rússia, China, Coreia do Sul e França já manifestaram disposição para participar do projeto.

— Só eu já recebi quatro interessados em ser parceiro da Eletronuclear — disse.
O executivo espera que o governo federal e o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) definam até setembro o futuro da usina, que tem 63% de obras prontas. A expectativa é que as obras sejam reiniciadas somente em 2019. A busca de parceiros para a conclusão das obras é uma das hipóteses em estudo. Mesmo neste cenário, porém, a operação da usina, que é monopólio da União, continuaria a cargo da Eletronuclear. Já foram gastos R$ 10 bilhões no projeto, dos quais R$ 8 bilhões são referentes a empréstimos.

— É mais barato viabilizar a conclusão da obra do que quitar os financiamentos — disse o executivo.

‘TEMOS UMA AGENDA A ENFRENTAR’
As obras de Angra 3 já tinham ficado paradas durante 23 anos, quando foram retomadas em 2008. O envolvimento do projeto em denúncias de corrupção levou à prisão do então presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro.

Em entrevista ontem, Ferreira Júnior comentou a polêmica recente na empresa depois que foi divulgado um áudio no qual conversa com sindicalistas e afirma que 40% dos funcionários eram inúteis e vagabundos. Ele reiterou que pediu desculpas após o mal-estar, que a conversa se referia a cargos comissionados, mas ressaltou que as metas de redução de redução de gastos e pessoal estão mantidas. Ferreira Júnior assumiu o cargo com a tarefa de equilibrar as contas da Eletrobras.

— De fato, exagerei. As pessoas não são vagabundas nem safadas. Eu me arrependo disso e me desculpei no primeiro dia, foi no calor da discussão. Óbvio que a generalidade que fiz é equivocada e errada, e por isso me desculpo. Mas temos uma agenda a enfrentar e quero contar com cada um dos empregados e dos gestores para tocar essa agenda — destacou Ferreira Júnior.

Fonte: O Globo