Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Modelo de negócios deve ser adaptado

Modelo de negócios deve ser adaptado

Em: 19/06/2017 às 13:58h por

As cidades inteligentes abrem um novo mundo para as concessionárias de energia elétrica e fornecedores. A implementação das redes inteligentes (smart grids, em inglês), o avanço da microgeração distribuída solar, a adoção dos carros elétricos e a armazenagem de energia são tendências que deverão ganhar escala no Brasil e no mundo e levarão as concessionárias a terem de adaptar seu modelo de negócios, de olho em receitas no universo não-tarifário.

A AES e a Enel são exemplos nessa direção. Com as pressões ambientais e as redes inteligentes de energia que abrem o setor para a internet das coisas, as empresas têm adotado uma nova maneira de agir, criando unidades voltadas a participar do universo das startups, de olho em oportunidades de novos negócios e serviços. Com os medidores inteligentes, as empresas poderão ter uma avaliação precisa do consumo dos equipamentos eletrônicos na residência e observar sua eficiência, o que pode abrir espaço para a criação de aplicativos.

"A transformação do setor será análoga à de telefonia, o que exigirá muito dos reguladores, e as novas tecnologias são mais caras, exigem altos investimentos e uma regulação que contribua para isso", aponta Joisa Dutra, diretora do Centro de Regulação em Infraestrutura da FGV-Ceri. O desafio será criar condições para que as novas tecnologias sejam incorporadas, sem criar pressões adicionais à tarifa de energia elétrica. Um caminho seria a redução tributária sobre as contas de luz, vista com ceticismo no cenário de crise fiscal.

As redes inteligentes de energia ensaiam os primeiros passos no Brasil, ainda atrasado em relação à nova tecnologia. Menos de 1% dos medidores no país são inteligentes. Nos Estados Unidos, 43% das unidades consumidoras operam com medidores inteligentes, sendo que na Califórnia a totalidade deles é bidirecional, ou seja, lê o consumo e ainda avalia se a residência está gerando energia por meio de placas fotovoltaicas.

A maioria dos projetos de smart grid no Brasil é feita dentro do programa de inovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), no qual as concessionárias investem 0,5% de sua receita operacional líquida em iniciativas inovadoras. Para destravar esse mercado, as concessionárias alegam que o governo precisaria reconhecer na tarifa que a tecnologia é mais cara e o prazo de substituição dos medidores é mais curto.

Fonte: Valor Econômico