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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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‘Venda de ativo não é opção, é necessidade’

‘Venda de ativo não é opção, é necessidade’

Em: 09/06/2017 às 12:28h por

Com um alto endividamento e muitos compromissos a vencer entre 2017 e 2018, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) enfrenta o desafio de obter recursos para pagar suas dívidas ou renegociá-las junto a seus credores. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o presidente da companhia, Bernardo Alvarenga, ressaltou a importância de vender ativos para garantir a redução da alavancagem e indicou que alguns dos negócios podem ocorrer no curto prazo, com avanços importantes ainda este mês, como a venda da participação na Santo Antonio Energia e a entrada de um sócio estratégico na Renova.

O plano da Cemig, anunciado no dia 1.º, é vender até meados de 2018 entre R$ 3 bilhões e R$ 3,5 bilhões em ativos, de uma lista com valor patrimonial ou de mercado que soma R$ 6,56 bilhões. Além disso, planeja realizar uma emissão de eurobônus e renegocia com bancos comerciais algumas de suas dívidas, buscando novos prazos de carência e amortização.

Embora a mensagem tenha sido bem recebida pelo mercado, por causa da maior clareza na divulgação da estratégia traçada, investidores e analistas ainda veem com ceticismo o plano, em função de tentativas em anos anteriores que não tiveram sucesso. “A maior demonstração de que vamos fazer (os desinvestimentos) é a necessidade financeira da Cemig, não tem nada mais importante do que isso. A questão é: não é uma opção, é uma necessidade”, disse o executivo.

A companhia anunciou semana passada um novo plano para redução do endividamento. O mercado gostou, mas mantém certo ceticismo, porque lembra que promessas similares foram feitas no passado, mas não se efetivaram. Por que desta vez será diferente?

Concordo que a Cemig, neste assunto de desinvestimento, não teve resultado tão prático, tão grande que pudesse demonstrar o que estamos fazendo, mas isso é demorado mesmo. Ontem vi o caso da Petrobrás, que tem um desinvestimento de R$ 17 bilhões para fazer, e o Tribunal de Contas da União (TCU) brecou. Tiveram de chamar o TCU para explicar como deveria ser feito. Empresa estatal tem uma dificuldade imensa, porque as coisas são diferentes da privada – onde os donos vão lá e vendem, não têm de dar satisfação a ninguém. Até mesmo para demonstrar o preço de venda temos de explicar por que não vendemos por valor maior ainda. E estamos num momento (difícil) na economia brasileira... O ano de 2016 foi muito crítico. E essas coisas não podem ser feitas atabalhoadamente porque há muitos entraves em questão que temos de vencer. Mas vamos fazer e as coisas estão caminhando bem. Temos alguns ativos com propostas na mesa. A qualquer momento vamos divulgar.

Fonte: O Estado de S. Paulo