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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Risco hidrológico pode custar R$ 39 bi às hidrelétricas

Risco hidrológico pode custar R$ 39 bi às hidrelétricas

Em: 08/05/2017 às 12:12h por

O déficit de geração hídrica (medido pelo fator GSF, na sigla em inglês) deve custar R$ 39,7 bilhões às companhias hidrelétricas neste ano, segundo projeções da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) as quais o Valor teve acesso.

O montante é praticamente o dobro do custo do GSF de 2015, de cerca de R$ 20 bilhões. Naquele ano, esse problema chegou a travar o mercado livre de energia e o governo precisou publicar a Medida Provisória (MP) 688, convertida na Lei 13.203 de 2015, que criou uma alternativa de "seguro" para o risco hidrológico.

O problema não foi solucionado, pois não houve adesão das hidrelétricas contratadas no mercado livre. A questão saiu do foco do governo no ano passado, quando os preços de energia no mercado livre estavam mais baixos e houve boa hidrologia.

Em 2017, o cenário mudou. Para preservar os reservatórios das hidrelétricas no cenário hídrico desfavorável, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) despacha termelétricas na base e determina que as hidrelétricas gerem apenas um percentual da sua garantia física. A entrada crescente de eólicas também agrava a situação, pois menos energia hídrica é despachada. Levando em conta as projeções de oferta e demanda de energia, a CCEE calcula um GSF médio de 80,8% neste ano. Isso significa que as hidrelétricas só poderão gerar esse percentual de suas garantias físicas.

Por exemplo, uma hidrelétrica que tem 100 MW médios de garantia física só geraria 80,8 MW médios no período. Se a usina tiver contratado 95 MW médios, vai precisar comprar os 14,2 MW médios faltantes no mercado de curto prazo, pagando o preço à vista, que está na casa de R$ 400 por megawatt-hora (MWh).

Fonte: Valor Econômico