Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

Notícias

Vencedor do leilão de transmissão busca alternativas ao BNDES

Vencedor do leilão de transmissão busca alternativas ao BNDES

Em: 19/04/2017 às 14:05h por

A maioria dos investidores que venceram o último leilão de linhas de transmissão, em outubro, o primeiro sob a nova política de financiamento do BNDES para o setor, com empréstimos a taxas de mercado, não pretende contar com recursos do banco estatal para a construção de seus projetos. Ao todo, a licitação negociou 21 dos 24 lotes ofertados, com previsão de investimentos de R$ 12 bilhões. Entre os ganhadores estão gigantes tradicionais do setor como ISA Cteep, Taesa e Alupar, além de grandes companhias estreantes, como Equatorial e EDP, e fundos e bancos de investimento, entre eles Pátria e BTG Pactual.

No total, o leilão de outubro e o que será realizado na segunda-feira somam R$ 25 bilhões em investimentos, um valor expressivo. Mesmo assim, o crédito mais caro oferecido pelo BNDES não afastou investidores na última disputa e também não deverá afetar a atratividade do próximo.

Executivos e especialistas ouvidos pelo Valor acreditam que a concorrência da próxima semana será maior do que a de outubro, principalmente devido à melhoria do cenário macroeconômico, aliada ao aumento da taxa de rentabilidade dos contratos. O financiamento dos projetos, porém, é uma incógnita, já que ainda não houve tempo suficiente para avaliar o novo modelo financeiro na prática. No leilão de segunda-feira, serão ofertados 35 lotes, com investimento previsto de R$ 13,1 bilhões.

Com relação ao último leilão, o Valor apurou que algumas das empresas desenharam a estruturação financeira de seus projetos prevendo utilizar recursos de mercado, complementando com debêntures de infraestrutura, ou ainda vão avaliar o cenário de financiamento. Alguns agentes também se desalavancaram anteriormente para fazer frente aos investimentos ou pretendem acionar suas holdings para obter recursos.

Um dos motivos para não contar com recursos do BNDES, segundo executivos ouvidos pelo Valor, é que as taxas aplicadas pelo banco de fomento, na nova política de financiamento, acabaram ficando mais caras do que outras opções no mercado.

"O BNDES saiu de uma linha subsidiada para uma linha a mercado que ficou acima do custo de mercado", afirma um executivo. "As taxas estão muito caras, há outras alternativas", diz o representante de outro vencedor do leilão de outubro.

Fonte: Valor Econômico