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Chinesa ZEPC negocia entrada na hidrelétrica de Belo Monte, dizem fontes

Chinesa ZEPC negocia entrada na hidrelétrica de Belo Monte, dizem font

Em: 10/04/2017 às 14:03h por

A chinesa Zhejiang Electric Power Construction (ZEPC) tem negociado a possibilidade de adquirir ao menos uma fatia na hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, que quando concluída será uma das maiores do mundo, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto.

A usina do rio Xingu, que receberá cerca de 35 bilhões de reais em investimentos, tem como principais acionistas a estatal federal Eletrobras, as elétricas Neoenergia, Cemig, Light, além da mineradora Vale e os fundos de pensão Petros e Funcef.

Na semana passada, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., admitiu a jornalistas que sócios de Belo Monte têm buscado interessados em comprar suas fatias na usina. Na ocasião, ele disse que a Eletrobras irá aguardar essas tratativas para decidir se adere à transação.

Se a empresa chinesa estiver disposta a comprar uma participação controladora, ela teria que oferecer a mesma oferta aos demais sócios, o que poderia elevar o valor do negócio. Isso explica também por que a Eletrobras está aguardando os desdobramentos das negociações.

As fontes, que falaram sob a condição de anonimato porque as conversas são sigilosas, disseram que as negociações estão em andamento, mas não citaram valores.

A hidrelétrica de Belo Monte já possui dez máquinas em operação, mas a conclusão total do projeto é estimada para 2019.

A usina recebeu investimentos de 31,6 bilhões de reais até o final de 2016, de um total de 35,2 bilhões de reais previstos até o final da obra, segundo a Eletrobras.

Uma das fontes disse que os acionistas estão insatisfeitos com as perspectivas do empreendimento, que ainda não gera lucro e ao mesmo tempo tem exigido constantes aportes de capital.

Os planos de algumas empresas para sair de Belo Monte vêm também em um momento em que muitos dos acionistas passam por dificuldades financeiras ou movimentos de reestruturação.

Cemig e Vale têm falado em realizar desinvestimentos para reduzir dívidas, assim como a Eletrobras, enquanto os fundos de pensão Petros e Funcef têm revisto o portfólio de ativos após perdas.

Procurada, a Norte Energia, que reúne os sócios, disse que informações sobre eventual venda não passam pela companhia e devem ser tratadas junto aos acionistas.

A Eletrobras disse que está preparada para exercer ou não seu direito de tag along no empreendimento, mas ressaltou que não comenta as negociações dos demais sócios.

A Neoenergia afirmou que "não há nenhuma negociação em curso".

Cemig, Light, Petros e Funcef não retornaram pedidos de comentário. A Vale não quis comentar.

O site da ZEPC, que tem negócios em energia térmica e hidrelétrica na China e no exterior, afirma que o objetivo da empresa é "constituir-se em uma companhia de engenharia de primeira classe na China e ter certa influência internacional na engenharia elétrica e outros segmentos de infraestrutura".

Fonte: Reuters