Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
A definição do primeiro patamar da bandeira vermelha - que representa custo extra na tarifa de R$ 3 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos - pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) era prevista pelo setor elétrico, porém não em tão curto prazo.
As empresas - principalmente comercializadoras - e os especialistas do setor esperavam que a bandeira atingisse esse nível em maio, quando serão implementadas mudanças no mecanismo de aversão ao risco na operação do sistema, que tornarão a operação mais adequada à realidade. No mercado de energia, ninguém previa bandeira vermelha já em abril.
A definição da bandeira vermelha em abril, porém, não ocorreu devido apenas às condições climáticas. Segundo o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, a Termopernambuco, termelétrica a gás natural, de 532 megawatts (MW) de capacidade, da Neoenergia, em Ipojuca (PE), está parada para manutenção. Se a usina estivesse operando, não seria necessário despachar térmicas mais caras, o que manteria a bandeira tarifária amarela, com custo extra de R$ 2 a cada 100 kWh.
Com relação a maio, outro fator que pode elevar o custo da energia será a revisão da projeção de demanda para os próximos quatro anos, prevista para entrar em vigor no mês que vem. Se o ONS e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) revisarem a projeção de consumo para cima, o efeito será um aumento no custo de operação do sistema.
A boa notícia, em parte, é que o diretor-geral do ONS acredita que haverá apenas uma "pequena variação" na projeção da demanda para os próximos quatro anos, sem revelar se será para mais ou para menos. Outra notícia é que a EPE ainda não enxerga um crescimento sustentável da economia, a partir dos indicadores de aumento de consumo deste ano - no acumulado do ano até fevereiro, o consumo de energia foi 1,5% superior a igual período de 2016.
Fonte: Valor Econômico
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