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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Consumo em alta pode elevar preços de energia em maio

Consumo em alta pode elevar preços de energia em maio

Em: 20/03/2017 às 14:10h por

Dois fatores relativos ao setor elétrico têm potencial para formar uma "combinação explosiva" para a elevação dos preços de energia no mercado de curto prazo e dos contratos no mercado livre a partir de maio.

Além deles, o cenário hidrológico desfavorável pode levar o preço à vista a atingir o teto regulatório, de R$ 533 por megawatts-hora (MWh), e consequentemente a bandeira tarifária vermelha, no segundo semestre, de acordo com especialistas ouvidos pelo Valor, configurando o primeiro momento de estresse na operação do sistema do governo Temer. O aspecto positivo é que todos os fatores descritos contribuem para transparência do funcionamento do setor.

O primeiro fator é a revisão periódica da previsão de consumo de energia para os próximos anos, pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), prevista para abril e que terá efeito a partir de maio. No embalo do início de retomada do crescimento da demanda nos primeiros meses do ano, a tendência é que as instituições revisem para cima a previsão de consumo nos próximos quatro anos, o que vai gerar aumento na formação do preço de liquidação das diferenças (PLD), que baliza o preço no mercado de curto prazo.

O segundo fator, mais técnico, é uma modificação nos mecanismos de aversão ao risco na operação do sistema, que serão mais rigorosos e realistas, e que também entrará em vigor a partir de maio, conforme determinação do Ministério de Minas e Energia ainda em 2016. Os dois fatores, somados ao cenário fraco de chuvas, vão provocar forte elevação dos preços de energia, na avaliação de especialistas.

O PLD da segunda semana de março alcançou R$ 240/MWh, com crescimento da ordem de 30%, em relação à semana anterior, fruto do cenário de escassez de chuvas e acionamento de termelétricas. Para esta semana, o indicador caiu 8%, para R$ 219,10/MWh. Segundo Marcelo Parodi, diretor da comercializadora Compass, porém, se o novo mecanismo de aversão a risco já estivesse em vigor hoje, o PLD estaria entre R$ 300/MWh e R$ 340/MWh.

"A situação é realmente crítica. É preciso acionar térmicas", afirmou João Carlos Mello, diretor da consultoria Thymos Energia. Segundo ele, se o cenário hidrológico continuar fraco, a estimativa é que o PLD alcance o teto regulatório e acione a bandeira tarifária vermelha no segundo semestre.

Fonte: Valor Econômico