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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Setor de transmissão ganha a preferência dos investidores

Setor de transmissão ganha a preferência dos investidores

Em: 06/03/2017 às 14:10h por

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O setor de transmissão de energia brasileiro, que durante anos, viveu uma escassez de recursos, é o novo alvo preferido de investidores dos mais variados países e segmentos de atuação com foco em infraestrutura.

Se, no passado, a Eletrobras dominava os leilões de transmissão com as chamadas "taxas patrióticas de retorno", o cenário mudou completamente. A estatal, que tenta reduzir seu endividamento, sumiu dos certames, assim como as espanholas Abengoa e Isolux, que também enfrentam crises. Aproveitando esse vácuo, entraram no setor fundos de investimento, gestoras, construtoras e empresas de geração e distribuição de energia, atraídas pelas elevadas taxas de retorno pagas nos projetos.

Apenas no ano passado ganharam presença forte nesse setor as gestoras Brookfield e Pátria, as empresas de energia Equatorial e EDP Energias do Brasil, além do BTG Pactual. Para os próximos certames, são esperados investidores de países como Inglaterra, Japão, Índia, Itália e China, além de outras empresas tradicionais de energia, como a Engie e a Neoenergia.

A tendência para o próximo leilão de transmissão, segundo o Valor apurou com diversos investidores e especialistas, é que o forte interesse seja mantido. Há, inclusive, quem arrisque que o certame, que pretende contratar R$ 12 bilhões em investimentos, terá mais competição que o anterior, realizado em outubro - quando foram contratados R$ 11,6 bilhões em investimentos.

Em estudo obtido com exclusividade pelo Valor, a consultoria americana L.E.K. destaca que o setor de transmissão vai precisar do valor nada modesto de R$ 70 bilhões em investimentos nos próximos três anos. Para garantir os contratos e resolver de vez o problema dos gargalos de transmissão do país, as taxas de retorno continuarão elevadas, atraindo cada vez mais investidores.

É o caso da canadense Brookfield, que já tem, em seu portfólio, 4,2 quilômetros de linhas de transmissão em construção, que exigirão cerca de R$ 9 bilhões em investimentos até 2022, quando entrarão em operação.

O Pátria também deu um grande passo nesse mercado. A gestora de private equity saiu do leilão de transmissão de abril do ano passado com o maior lote oferecido, com receita anual permitida (RAP) de R$ 405 milhões. O investimento previsto é de R$ 2,5 bilhões, sendo que a gestora vai aportar R$ 1,250 bilhão de recursos próprios - em evidência do seu compromisso com o segmento. Segundo fonte próxima da situação, esse é o maior investimento individual que o Pátria realizou em um setor.

Fonte: Valor Econômico