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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Primeiro leilão do governo Temer terá baixa contratação

Primeiro leilão do governo Temer terá baixa contratação

Em: 23/09/2016 às 14:11h por

O primeiro leilão de energia do governo Michel Temer, que será realizado hoje, será de pequeno porte. A licitação, no entanto, é tida como importante para experimentar a reação do mercado no primeiro certame pós-impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e por ser uma oportunidade aberta pelo governo para contratar projetos de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

A oferta total habilitada para o leilão de energia de reserva (LER), de 641 megawatts (MW) de capacidade instalada é menor do que uma turbina da hidrelétrica de Itaipu (700 MW). No mercado, a expectativa é que o volume contratado no leilão seja inferior a metade do total ofertado.

Segundo Thaís Prandini, diretora da Thymos Energia, o volume de contratação no leilão deverá ser da ordem de 150 MW médios a 300 MW médios, em um cenário otimista. Ao todo, considerando o leilão previsto para ocorrer em dezembro, exclusivo para parques eólicos e solares, a demanda contratada deverá ficar entre 700 MW médios e 900 MW médios.

O leilão, que sera operacionalizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), negociará contratos de fornecimento de energia por 30 anos de duração, a partir de janeiro de 2020. Ao todo estão habilitadas 47 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), usinas com até 30 MW de capacidade, e 17 centrais geradoras hidrelétricas (CGHs), usinas com até 1 MW de capacidade.

Apesar da abertura dada pelo governo para contratação de energia de hidrelétricas de pequeno porte, o preço-teto fixado para o leilão, de R$ 248 por megawatt-hora (MWh), é considerado pouco atrativo por investidores do setor. Segundo a Associação Brasileira de Geração Limpa (Abragel), o preço ideal seria de ao menos R$ 275/MWh, considerando que os empreendimentos do LER não participarão do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) - sistema que compartilha o risco hidrológico de usinas - e só poderão negociar no leilão 90% de sua garantia física, a energia de fato produzida pela usina.

"Apesar de reconhecermos o esforço do governo de abrir o espaço e reconhecer a importância da PCH na matriz [elétrica do país], nós tememos que a participação nesse leilão seja aquém do potencial", disse Leonardo Sant'Anna, presidente da Abragel. Segundo ele, o setor tem 2,5 gigawatts (GW) de capacidade para incluir em leilões se houver oportunidade.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Barroso, destacou a importância do leilão para a inclusão de PCHs no mercado. "O leilão representa a visão de que todas as fontes são consideradas no planejamento, indicando para as PCHs que elas são, sim, recursos importantes para a expansão da oferta", afirmou o executivo, ao Valor.

O BNDES disse ontem que manteve as condições de financiamento para os vencedores da disputa, com participação máxima de 70% dos ítens financiáveis.

Fonte: Valor Econômico