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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Cemig não vai fazer 'feirão de ativos', diz presidente

Cemig não vai fazer 'feirão de ativos', diz presidente

Em: 19/09/2016 às 15:10h por

A Cemig segue com o objetivo de ficar apenas com os ativos em que tenha controle da gestão, mas não vai fazer um "feirão de ativos", disse na sexta-feira Mauro Borges, presidente da estatal. "A Cemig só ficará com ativos nos quais tenha o controle da gestão, seja dona da companhia. Não somos uma companhia financeira, somos de energia elétrica", afirmou Borges.

As declarações foram feitas por Borges em uma conversa com jornalistas depois de participar do evento Diálogos Capitais sobre energia limpa, promovido pela revista Carta Capital.
O foco é permanecer com as operações que façam parte das atividades centrais da companhia, de geração e distribuição de energia. "Por exemplo, na Norte Energia, de Belo Monte, e na Mesa [ Madeira Energia ], de Santo Antonio, temos duas possibilidades: alienação ou reestruturação de forma em que possamos ter participação na gestão", disse Borges. Segundo ele, "do jeito que está não vai continuar." A Cemig tem participações minoritárias no capital das concessionárias das duas geradoras hidrelétricas.

"Se a reestruturação for a melhor solução, faremos. Se for alienação, também", disse Borges. Segundo ele, a companhia trabalha com algumas soluções de modelo de negócio que envolvam as duas opções. No futuro, as duas hidrelétricas devem ser grandes geradoras de caixa, com grande capacidade de atração de novos sócios, disse Borges. "Consideramos que os dois ativos são importantes."
"Vamos vender quando for 'bem vendido'. Se for para trazer novo sócio, vamos trazer em situações vantajosas. Não temos pressa no sentido de uma queima de ativos, não vamos fazer feirão de venda", disse Borges.
A Cemig trabalha também para atrair um sócio privado para a Renova Energia, que precisa de investimentos intensivos para cumprir seus projetos, afirmou Borges.
A estatal mineira tem realizado ainda tratativas com "vários potenciais novos sócios" na Light, disse o executivo. "A Light é uma noiva muito cobiçada, é uma concessionária em uma região estratégica que é a Grande Rio de Janeiro, obviamente uma área nobre", disse Borges.

As vendas de ativos fazem parte da estratégia da companhia para reduzir seu endividamento. Além disso, a Cemig deve ver uma melhora nos resultados decorrentes do aumento das eficiências operacionais.
Ao fim do segundo trimestre, a Cemig tinha R$ 3,77 bilhões em dívidas com vencimento ainda em 2016, e um endividamento medido pela relação entre dívida líquida e resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 5,26 vezes.
"[A alavancagem] está começando a cair, estamos caminhando para um processo de desalavancagem, vamos conseguir convencer o mercado de que é essa a nossa trajetória", disse Borges. Segundo ele, o custo operacional da distribuidora é muito acima do regulatório, em cerca de R$ 500 milhões mas a Cemig vai conseguir zerar isso.

"Quando eu falo em eficiências, são economias que vão gerar mais de R$ 1 bilhão de Ebitda adicional por ano", disse Borges. De acordo com o executivo, a companhia já terá, no balanço de 2016, algum resultado do aumento da eficiência e da alienação de ativos.

Fonte: Valor Econômico