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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Brix aposta em negociação de contratos financeiros

Brix aposta em negociação de contratos financeiros

Em: 01/09/2016 às 14:11h por

O mercado financeiro de energia tem potencial de geração de receita adicional para corretoras de valores de R$ 600 milhões a R$ 1 bilhão, de acordo com estimativas da Brix, desenvolvedora de plataforma eletrônica de compra e venda de energia. A projeção considera corretagem média de R$ 0,30 por megawatt-hora (MWh) comercializado.

O mercado financeiro é a grande aposta da Brix, que prevê lançar entre outubro e novembro uma plataforma que permitirá a negociação de contratos de energia físicos e financeiros. A negociação de contratos "non deliverable forward" [sem a entrega física] de energia é permitida desde dezembro do ano passado. E, em fevereiro, a companhia recebeu aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para negociar energia em balcão organizado.

Criada há pouco mais de cinco anos, com a participação de Eike Batista entre seus fundadores, a Brix sofreu com os problemas do setor elétrico desde 2012. A elevação do custo de energia, o risco de racionamento e a questão do déficit de geração hídrica (GSF, na sigla em inglês) foram alguns dos problemas que afetaram o mercado elétrico nos últimos anos.

Hoje, sem o empresário entre os acionistas, a Brix aposta no novo humor do mercado financeiro, com a troca no governo. "O mercado, de forma geral, redescobriu o setor elétrico", diz o novo presidente da Brix, Marcos Severine.

A escolha do novo executivo também demonstra a nova fase da companhia. Ex-analista de energia do banco americano J.P. Morgan, Severine é uma referência entre especialistas do setor elétrico no mercado de capitais.

"O interesse das corretoras [no mercado de energia] vai ajudar a fomentar a liquidez desses contratos financeiros. À medida que há novos entrantes e, portanto, mais liquidez, haverá mais transparência e uma melhor formação de preços. Isso é uma coisa que o setor [elétrico] demanda muito", disse.
Segundo o executivo, o mercado livre de energia do Brasil é da ordem de 15 gigawatts (GW) médios. Considerando o mercado de balcão físico e financeiro, é possível que esse número alcance 60 GW médios. Com a instituição de uma bolsa de energia, principal objetivo futuro da Brix, esse volume pode alcançar 120 GW médios, nas contas de Severine.

"No mercado americano, a relação entre [o volume negociado em] contrato financeiro e contrato físico é de aproximadamente oito vezes", disse o presidente da Brix.
Hoje, a Brix é controlada pela Intercontinental Exchange (ICE), e os empresários Josué Gomes da Silva, dono da Coteminas, e Marcelo Parodi, sócio-diretor da Compass Energia. Roberto Teixeira da Costa, ex-presidente da CVM, também tem participação.

Outra empresa do setor, o Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE) também está desenvolvimento novos produtos para sua plataforma eletrônica, que poderão ser lançados ainda este ano. Segundo o presidente da BBCE, Victor Kodja, o sistema será multiprodutos, ampliando as opções para contratos físicos e financeiros. "Também estamos começando a acompanhar o desenvolvimento do mercado de gás", disse.

Fonte: Valor Econômico