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Alternativas de financiamento podem impulsionar geração solar distribuída

Alternativas de financiamento podem impulsionar geração solar distribu

Em: 29/08/2016 às 14:24h por

As fornecedoras de equipamentos para usina solar estão buscando alternativas de financiamento para garantir a expansão do segmento no País. Pouco presente na matriz energética, essa fonte ainda depende muito de subsídios, reconhecem executivos.

A ABB, que possui cinco fábricas no Brasil e fornece equipamentos para usinas, espera alta nas vendas com a ampliação da oferta de financiamento para clientes de geração distribuída, em geral pequenos empreendimentos.

Segundo o gerente de produto solar da ABB no Brasil, Bruno Monteiro, os integradores ­ empresas que demandam produtos da ABB e fornecem a usina completa para o cliente final ­ tem oferecido financiamento junto com instituições financeiras no modelo de leasing. O objetivo é permitir que clientes possam financiar usinas em um prazo maior.

"Isso permite que o aporte na usina solar seja mais atrativo que continuar pagando a conta de luz comum. É possível, por exemplo, estabelecer um valor de parcela do financiamento próximo ao que o cliente paga em sua conta de luz", destacou Monteiro.

O modelo de financiamento, já difundido nos Estados Unidos, pode ser decisivo para a expansão da geração solar distribuída no Brasil, afirmou o executivo da ABB. Mas ele não descartou a possibilidade de novas modalidades de custeio surgirem no mercado, como o consórcio dessas usinas. 

"O segmento estava muito limitado a empresas com grande capacidade de desembolso, mas com essas alternativas é possível atingir consumidores em mais faixas da pirâmide".
A ABB tem ainda produtos enquadrados no Financiamento de Máquinas e Equipamentos (Finame), linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) que ajuda a subsidiar a compra de itens fabricados no País com taxas de juros menores.

Grande porte

Para os grandes empreendimentos, como usinas as ofertadas em leilões, esses subsídios do BNDES continuam sendo a principal fonte de estímulo à expansão, comentou o diretor do grupo setorial de sistemas fotovoltaicos da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Ildo Bet.

"Tudo (em usina solar) vai ter Finame, não se enganem. Os módulos com fabricação local, por exemplo, ainda são muito caros, mas o financiamento do BNDES pode fazer valer a pena comprar, mesmo que com um preço um pouco maior, o produto em grande quantidade fabricado aqui."

A mesma avaliação é feita pelo engenheiro de projetos da Yaskawa, Rafael Prebianchi. "A maior parte das empresas que participam dos leilões precisa do BNDES para ajudar a financiar a compra de equipamentos e estamos atentos para essa demanda", contou ele.

A Yaskawa apresentou nesta semana seus primeiros inversores para usinas solares no Brasil. O produto foi trazido da unidade norte­americana da companhia, passou por adaptações para atender às normas locais e pode ser aplicado em usinas de grande porte.

"O foco agora é atender a demanda gerada por leilões de reserva que já ocorreram, mais o previsto para este ano", disse Prebianchi. Os inversores da empresa devem ser enquadrados no Finame em novembro e enviados para avaliação final das unidades da Yaskawa nos Estados Unidos e Japão em dezembro.
Todo o processo de certificação da empresa está previsto para terminar até março de 2017, quando a produção dos inversores na fábrica de Diadema (SP) terá início.

"No segundo semestre de 2017, a empresa vai introduzir o produto para aplicação comercial de geração distribuída e o objetivo é que o volume de produção cresça no mínimo 100 megawatts (MW) em 2017 e 500 MW no mínimo em 2018", revelou a gerente de negócios internacionais da companhia, MercedesBoue.

Fonte: ABB