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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Venda de seis distribuidoras da Eletrobras começa no 2 º tri de 2017

Venda de seis distribuidoras da Eletrobras começa no 2 º tri de 2017

Em: 28/07/2016 às 14:21h por

Ao tomar posse ontem como novo presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior afirmou que a venda das seis distribuidoras da companhia, cujos contratos de concessão não serão renovados, deve começar apenas no segundo trimestre do ano que vem, num processo que se estenderá até o fim de 2017. Na semana passada, a estatal decidiu não renovar as concessões de suas seis distribuidoras no Norte e no Nordeste do país ( Piauí, Alagoas, Acre, Rondônia, Amazonas e Roraima), que acumulam prejuízos há anos.
— O processo é complexo e deve começar a partir do segundo trimestre do ano que vem, indo até o fim do ano. Mas esse cronograma não está consolidado — disse Ferreira Júnior.

Segundo o presidente da estatal, a privatização dessas empresas será boa para os consumidores e para a Eletrobras. Ferreira Júnior reconheceu que, se as distribuidoras fossem vendidas imediatamente, elas teriam “valor simbólico” e avaliou que sua gestão terá condições de torná- las melhores e mais atrativas para o mercado.

— Focar na geração e transmissão e tirar o que não era eficiente vai permitir à Eletrobras voltar a ser a grande empresa que era. Nós temos que perseguir a eficiência, e não o tamanho — ressaltou. — A Eletrobras é uma empresa pública. Nesse sentido, não deve ser confundida com órgão de governo. Prestar serviços públicos de qualidade é a única resposta que podemos dar a população.

RECUPERAÇÃO DO CAIXA Questionado sobre o interesse do governo em vender a participação da estatal nas Sociedades de Propósito Específico ( SPEs), o executivo afirmou que nenhum outro ativo da estatal está à venda. Há um mês, o Palácio do Planalto informou que o setor elétrico poderá levantar R$ 20 bilhões com a venda de empresas, usadas pela Eletrobras para firmar parcerias com a iniciativa privada.
— A decisão de vender ativos, temos apenas da seis distribuidoras — disse Ferreira Júnior.
O presidente da Eletrobras ressaltou ainda que esses projetos têm papel importante de recuperar a capacidade de caixa da estatal para além de uma necessidade imediata, e que alguns estão proporcionando bons resultados financeiros ao grupo.

Mais cedo, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse que outros ativos da empresa serão vendidos, sem especificar quais.
— Não está descartado ( se desfazer de outros ativos). Hoje a Eletrobras tem uma necessidade de caixa muito grande. A expectativa é que, nessa restruturação da empresa, serão necessários recursos, e alguns desses ativos serão desmobilizados — disse o ministro.

FOCO NA CREDIBILIDADE Ferreira Júnior adiantou que a empresa vai concluir, entre agosto e setembro, as investigações sobre desvios e fraudes apontados pela Operação LavaJato. Ele disse que expectativa é evitar que a companhia saia da Bolsa de Nova York e que vai trabalhar para que a empresa volte a ter ações negociadas na Bolsa americana.

— Estamos com uma comissão independente de investigação com um trabalho muito abrangente. A expectativa é que até setembro se conclua os trabalhos dentro da empresa. No dia 11 de outubro, vamos fazer a defesa na Bolsa e, a partir do dia 13, voltar a ter condições de operar em Nova York. É fundamental que a gente faça o melhor trabalho para voltar a operar as ações — disse.

No discurso de posse, em Brasília, o executivo afirmou que a sua prioridade será recuperar a credibilidade e a sustentabilidade financeira da estatal, que vem enfrentando dificuldades no caixa, em meio ao envolvimento em esquemas de corrupção. Ele afirmou que vai assumir como compromisso impedir a “promiscuidade” entre agentes públicos e privados.

— A corrupção não apenas corrói o valor e drena recursos. A corrupção curva o foco dos trabalhos da empresa. A corrupção pode matar empresas inteiras. A ética se tornou questão de sobrevivência — disse o executivo.

Fonte: O Globo