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Distribuição pressiona resultado da EDP no 2º tri

Distribuição pressiona resultado da EDP no 2º tri

Em: 27/07/2016 às 14:25h por

Primeira grande companhia do setor elétrico a divulgar os resultados trimestrais, a EDP Energias do Brasil não decepcionou as previsões do mercado e reportou um balanço pressionado, principalmente, pelo segmento de distribuição de energia.

"O segundo trimestre foi um trimestre a ser esquecido, influenciado por uma realidade econômica que todos nós esperamos que seja esquecida em breve", disseram os analistas do BTG Pactual, em relatório.

Além da queda na receita da companhia motivada pelo menor consumo, a EDP Energias do Brasil também viu um aumento das despesas operacionais e um crescimento das perdas não técnicas.

O volume de energia distribuída pela EDP Escelsa caiu 8% no trimestre, enquanto o da EDP Bandeirante teve leve alta de 0,4%. Em teleconferência realizada ontem com analistas sobre os resultados do trimestre, o presidente da companhia, Miguel Setas, disse que os volumes de consumo de energia nas distribuidoras devem permanecer na mesma situação até o fim do ano.

No caso da distribuidora EDP Escelsa, que abastece o Estado do Espírito Santo, a tendência é que a queda seja mantida em patamar semelhante. A companhia foi afetada pela paralisação da operação de um grande cliente, como consequência do rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG). Em relação à EDP Bandeirante, a expectativa do executivo é de que o consumo permaneça estável ao longo do ano.

Além da queda do consumo, o segmento de distribuição também sofreu com o aumento da inadimplência e das perdas não técnicas em baixa tensão, aquelas causadas por furto ou roubo de energia. As provisões para devedores duvidosos (PDD) tiveram alta de R$ 18,9 milhões no trimestre. Com isso, as provisões totais no período somaram R$ 43,1 milhões, alta de 76,8%.

Em relatório, o Credit Suisse destacou que, embora a inadimplência na área de concessão da EDP Bandeirante, (interior do Estado de São Paulo) tenha recuado, continuou em níveis elevados no trimestre.

Segundo os analistas do Credit Suisse, o lado positivo do resultado da companhia foi a redução do endividamento. O aumento de capital de R$ 1,5 bilhão realizado recentemente permitiu que a relação entre dívida líquida e Ebitda recuasse de 2,8 vezes para 1,9 vez, quando consideradas as participações minoritárias da companhia em projetos e removendo ganhos com vendas de ativos do Ebtida.

"Com a questão do endividamento sendo resolvida, acreditamos que a performance fraca em distribuição permanece um problema chave", disse o banco.

A companhia tem pela frente ainda a sobrecontratação na EDP Bandeirante, de 107,7% no primeiro semestre. Segundo Setas, o patamar pode chegar a 112% até o fim do ano. O limite regulatório de repasse da contratação aos consumidores via tarifa é de 105%. Segundo Setas, porém, as medidas em discussão no governo para limitar os efeitos da sobrecontratação podem atenuar esse problema.

Fonte: Valor Econômico