Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Medidas insuficientes para o setor

Medidas insuficientes para o setor

Em: 24/06/2016 às 14:15h por

Os especialistas consideraram positivas as mudanças promovidas pela MP 735, publicada ontem pelo governo, porém insuficientes para corrigir as distorções que o setor elétrico sofreu nos últimos anos porque as regras se restringem ao sistema Eletrobras. O nome de Wilson Ferreira Jr., indicado pelo governo para presidir a estatal, no entanto, agradou ao mercado. Ferreira estava há 18 anos no comando da elétrica CPFL Energia e deve deixar o cargo de CEO em 1° de julho.

Para o presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales, Wilson Ferreira terá muito trabalho para tentar arrumar a casa. “A Eletrobras foi muito afetada pelo uso político e a MP publicada hoje (ontem) corrige problemas criados recentemente pela MP 706, que distribuía benesses e incentivos para as subsidiárias da Eletrobras, premiando a ineficiência dessas empresas, que vinham causando prejuízos bilionários para os consumidores”, argumentou.

A Eletrobras chegou a afirmar que precisaria de, no mínimo, R$ 7 bilhões para bancar as distribuidoras até o fim de 2017. A MP 735 limitou o valor a R$ 3,5 bilhões. Para o gerente de regulação da Safira Energia, Fabio Cúberos, as medidas se limitam a corrigir erros na Eletrobras, onde é “mais fácil ocorrer desvios”. “O setor precisaria de muito mais, porém já é um começo”, disse.

João Carlos Mello, presidente da Thymos Energia, alertou que algumas regras sinalizam aumento de tarifas lá na frente. “Não nos agradou por conta de futuros aumentos na tarifa, mas o governo tem que enfrentar o problema de frente. A MP foi muito focada na Eletrobras e a escolha do novo gestor, Wilson Ferreiro, foi boa. Ele é um bom executivo. Mas precisamos de muito mais”, assinalou.

Mello explicou que a medida tem a finalidade de facilitar as privatizações. “Mas precisamos de um cenário de segurança regulatória para atrair investidores. E, sobretudo, saber o que vai ocorrer com a questão política. É difícil acontecer algo antes da definição do impeachment”, estimou.


Fonte: Correio Braziliense