Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Índios voltam a ocupar canteiro de Belo Monte

Índios voltam a ocupar canteiro de Belo Monte

Em: 03/05/2013 às 06:57h por Canal Energia

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Cerca de 200 índigenas, de acordo com o Conselho Indigenista Missionário, ocuparam por volta das 12 horas desta quinta-feira, 2 de maio, um dos canteiros das obras da hidrelétrica de Belo Monte (PA-11.233 MW). Eles reivindicam a regulamentação da consulta prévia e a suspensão imediata de todas as obras e estudos relacionados às barragens nos rios Xingu, Tapajós e Teles Pires. Apesar de presença policial no entorno do canteiro, a entrada dos manifestantes não foi bloqueada.

Segundo a assessoria de imprensa do Consórcio Construtor de Belo Monte, o canteiro Belo Monte ocupado está com os trabalhos paralisados. Os funcionários corporativos, cerca de cem, que estavam no local, conseguiram deixar os escritórios depois de uma negociação com os índios. Como era dia de pagamento, os cerca de 5 mil operários do canteiro não estavam trabalhando. Os outros canteiros, que ficam mais afastados, Pimental e diques e canais, além do canteiro de suporte, Bela Vista, continuam operando normalmente. O CCBM informou que contou cerca de 50 manifestantes no local.

O Cimi divulgou carta justificando as bases da ocupação de Belo Monte. Os invasores pertencem as etnias Munduruku, Juruna, Kayapó, Xipaya, Kuruaya, Asurini, Parakanã, Arara. Pescadores e riberinhos também participam da manifestação. Segundo o Cimi, a ocupação se manterá por tempo indeterminado ou até que o governo federal atenda as reivindicações apresentadas.

Na carta, os índios falam da importância dos rios da região para sua sobrevivênca, cultura e história. "O que nós queremos é simples: vocês precisam regulamentar a lei que regula a consulta prévia aos povos indígenas. Enquanto isso vocês precisam parar todas as obras e estudos e as operações policiais nos rios Xingu, Tapajós e Teles Pires. E então vocês precisam nos consultar".
 
Finalizam a carta dizendo: "Nós queremos dialogar, mas vocês não estão deixando a gente falar. Por isso nós ocupamos o seu canteiro de obras. Vocês precisam parar tudo e simplesmente nos ouvir". O CCBM informou que as obras só serão retomadas após a desocupação do canteiro.