Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
Uma das principais empresas do grupo Eletrobras, Furnas estima ter encerrado 2015 com lucro líquido de R$ 200 milhões a R$ 300 milhões, contra um prejuízo da ordem de R$ 400 milhões no ano anterior. Para o mesmo período, a companhia prevê ter obtido Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1,7 bilhões, ante o montante de R$ 1 bilhão levantado em 2014.
Os números, que ainda não foram consolidados e divulgados pela holding Eletrobras, foram apresentados ontem pelo superintendente de Estratégia e Sustentabilidade de Furnas, Celso de Oliveira Sant'Anna, durante cerimônia de comemoração dos 59 anos da empresa, no Rio de Janeiro. Sant'Anna deixará o cargo amanhã, quando assumirá a diretoria Financeira da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), responsável pelas usinas a carvão do grupo estatal.
Presente ao evento, o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, explicou que os números relativos a 2015 de Furnas e da própria holding ainda não estão fechados - e sem data definida para divulgação ainda. "Os números até 2014 são dados reais. E aqueles [números] até setembro de 2015 já foram publicados. Os outros são ainda projeções baseadas em uma série de fatos. Não são números definitivos", afirmou o executivo, em discurso, antes de deixar a cerimônia sem falar com a imprensa.
Segundo Sant'Anna, Furnas prevê investir R$ 9,2 bilhões até 2020, dos quais R$ 2,544 bilhões apenas neste ano. O valor é 57,3% superior ao desembolsado no ano passado, de R$ 1,617 bilhão.
Para fazer frente ao programa de investimentos, a companhia trabalha com duas frentes: a recuperação das indenizações devidas por ativos de transmissão anteriores a 2000 e ainda não amortizados, no âmbito da Medida Provisória 579/2012, da ordem de R$ 9 bilhões, base de 2012, e uma captação de recursos.
Segundo Sant'Anna, Furnas prevê captar até R$ 1,5 bilhão no mercado este ano. O superintendente, porém, não detalhou a origem dos recursos. Ele lembrou que o nível de endividamento da companhia, medido pela relação dívida líquida sobre Ebitda, ainda é relativamente alto, de 4,5 vezes, mas destacou que esse indicador era de 8 vezes.
"Conseguimos uma forte redução e a tendência para 2016 é que a gente tenha algo da ordem de 3 vezes de dívida líquida sobre Ebitda, o que nos credencia a financiamentos de mercado a custos mais competitivos", explicou.
A companhia também prevê reduzir custos operacionais e com terceirizados em 29% até 2018. Segundo Sant'Anna, Furnas conseguiu reduzir custos com "PMSO" (pessoal, material, serviços e outros) de R$ 2 bilhões, em 2012, para R$ 1,5 bilhão em 2015. A empresa conta hoje com cerca de 4.700 funcionários, entre concursados e terceirizados.
Também presente ao evento, o presidente de Furnas, Flávio Decat destacou que o montante de R$ 9 bilhões de indenizações já foi reconhecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Ele lembrou ainda que a empresa tem um valor pleiteado de R$ 1,3 bilhão de indenização por investimentos em melhorias e modernizações de usinas cujas concessões foram prorrogadas. Esse valor, porém, ainda está em fase de análise pela autarquia.
Segundo o executivo, Furnas espera ampliar seu parque gerador, dos atuais 12,7 mil megawatts (MW) para 15,6 mil MW até 2020. No mesmo período, a companhia projeta aumentar sua rede de transmissão de 24 mil km para 28 mil km. Decat também deixou o local sem falar com a imprensa.
Outro fato que chamou a atenção no auditório de Furnas, onde foi celebrada a cerimônia, foi a presença do ex-ministro de Minas e Energia Márcio Zimmermann, um dos principais formuladores da MP 579. Ele foi requisitado por Furnas à Eletrosul, da qual é funcionário de carreira. Zimmermann deverá ocupar uma vaga de assistente da presidência de Furnas. (Valor Econômico)
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