O ano de 2015 foi marcado pela série de ajustes na tarifa de energia elétrica, apenas o setor residencial acumulou alta de quase 50%, e, segundo expectativas do Banco Central, a tendência de 2016 também é de alta, chegando a mais 41% de aumento. Diante desse cenário, estudo da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) revela que a regulamentação da tarifa branca, resolução 414 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) que estabelece a tarifação diferenciada aos consumidores de baixa tensão, traria uma redução de até 13% na conta de energia, essencial nesse momento para aliviar um pouco o bolso do consumidor.

A tarifa branca consiste em diferenciar o custo do consumo de residências e comércios nos horários de pico (três horas por dia) e intermediários (uma hora antes e uma depois do horário de pico), a exemplo do que já acontece para os grandes consumidores. Logo um pequeno consumidor ligado à AES Eletropaulo que consome 500 kWh por mês paga em média R$ 283, com a tarifa branca poderia pagar em média R$ 246 se optar por deslocar a concentração do uso da energia dos horários de pico e intermediário. Segundo os cálculos da Associação, com a aprovação da tarifa o consumidor consegue economizar até 13% na conta de luz, pois é possível organizar o consumo a partir da tarifação diferenciada.

O diretor da Abesco, José Starosta, explica que o conceito da tarifa branca existe há mais de 20 anos, quando inicialmente foi concebida como tarifa amarela, e que a nova resolução 414 já prevê a sua aplicação, no entanto ainda aguarda regulamentação específica. “Apesar das adaptações que se farão necessárias caso a tarifa branca seja regulamentada, como a mudança dos medidores, os benefícios são enormes. Principalmente porque o consumo no setor residencial e comercial no Brasil tem sido o responsável pelo incremento do consumo no país representando quase 48% e essa gestão merece atenção”, explica o executivo.

“Dessa forma o pequeno consumidor que viu sua conta aumentar significativamente no último ano pode ter uma boa ferramenta para gerir o gasto com energia elétrica, além de contribuir para a redução da carga no horário de ponta. Sem contar que a gestão da tarifa também é uma ferramenta para induzir a racionalidade no uso da energia pelos consumidores contribuindo, assim, para o fim do desperdício”, finaliza. (Ambiente Energia)