Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

Notícias

Opção está em fase inicial de expansão

Opção está em fase inicial de expansão

Em: 23/11/2015 às 11:57h por

No começo de novembro, uma unidade de armazenamento de energia em baterias da AES começou a funcionar comercialmente em Cumberland, no Estado de Maryland. Com 10 MW, a planta atua na regulação de frequência, evitando variações que possam afetar o sistema elétrico da região. Essa é uma das aplicações da alternativa, sendo usada na Costa Leste dos EUA.
A unidade de Cumberland é a primeira a usar a quarta geração do armazenamento de energia em baterias da AES. Uma das principais vantagens do chamado Advancion 4 é ser mais compacto, permitindo a instalação de mais MW num espaço menor, segundo John Zahurancik, presidente global da AES Energy Storage. É possível acrescentar baterias com facilidade quando elas começam a perder parte da capacidade de armazenamento.
A construção desse tipo de unidade é bastante rápida - a planta de Cumberland foi concluída em sete meses, e a empresa acredita ser possível erguer uma instalação equivalente em cinco. Outro ponto positivo é que o impacto ambiental é baixo, não havendo emissão de gás nocivos e não sendo necessário usar água, diz Rodrigo D'Elia, diretor de energia distribuída e armazenamento de energia da AES no Brasil. As baterias são de íons de lítio. Em Cumberland, a planta tem 10 MW de energia interconectada ao sistema, que equivalem a 20 MW de recursos flexíveis, incluindo a capacidade de fornecimento e de carga.
Zahurancik aponta o fim de 2014 como um "divisor de águas" para o setor. A partir do fim do ano passado e neste ano, a indústria passou a ver o armazenamento de energia em baterias como uma realidade, analisando como adaptar os sistemas comerciais, de modo a garantir que os investimentos nessa alternativa se materializem, diz ele. "Nós estamos vendo o começo de um período de crescimento", afirma ele, lembrando que a AES está há oito anos atuando nesse ramo.
Hoje, há no mundo cerca de 1.600 MW em armazenamento de energia em baterias, englobando projetos em operação, em construção, os já contratados e os anunciados. A AES é líder, com 20% desse total, atuando nos EUA, Chile, Irlanda do Norte, Holanda e Filipinas.
Um dos obstáculos a uma disseminação maior da alternativa é o custo dos sistemas de baterias, hoje um pouco acima de US$ 500 por kiloWatt-hora instalado. Para que haja uma utilização mais ampla, há quem veja a necessidade uma queda para a casa de US$ 150 ou menos.
Zahurancik vê esse cálculo como simplista, lembrando que os custos caíram 80% nos últimos oito anos. Segundo ele, essas estimativas são feitas por quem se concentra excessivamente na questão de arbitragem de energia, em que se carrega a bateria quando a energia está barata e se descarrega quando ela está cara, ficando um tempo sem exercer nenhuma atividade.
"Esse é um modo de usar a bateria, mas não é realmente o mais útil", diz Zahurancik, observando que, na planta de Cumberland, elas funcionam continuamente, para ajudar no equilíbrio do sistema elétrico. Segundo o executivo, todos os projetos da AES na área são viáveis economicamente, não contando com subsídios.
O maior projeto da AES será uma central em Alamitos, na Califórnia, de 100 MW, que deverá estar pronta para ser usada em 2021. Será a maior unidade de armazenamento do mundo, atuando no auxílio à geração no horário de ponta, quando há maior consumo de energia. A opção de armazenamento concorreu com outras opções de fornecimento de energia, e foi a vencedora, diz Zahurancik. (Valor)