O resultado do leilão de linhas de transmissão realizado ontem ficou muito abaixo do esperado pelo governo. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ofereceu 12 lotes, mas conseguiu a contratação de apenas quatro, sendo três deles sem qualquer deságio em relação ao valor máximo. Com isso, os investimentos previstos nos quatro lotes contratados devem somar R$ 3,5 bilhões, menos da metade dos R$ 7,5 bilhões estimados inicialmente. A receita anual permitida (RAP) somada da disputa, projetada em R$ 1,3 bilhão, foi reduzida para R$ 613 milhões.

Para o diretor da Aneel José Jurhosa, apesar de oito lotes não terem atraído interessados, o certame foi bem-sucedido, diante da conjuntura econômica do país. “Com a contratação dos quatro lotes chegamos a um total de R$ 13,5 bilhões em investimentos neste ano. Um valor bastante expressivo”, afirmou. Os oito lotes não contratados devem ser redirecionados a um novo leilão, a ser realizado no início do próximo ano.

Vencedores

Para os vencedores, o prazo das obras vai variar de 30 a 60 meses e as concessões são de 30 anos. O lote A foi vencido pelo consórcio TCL, formado por Cymi Holding (49,5%), Lintran do Brasil (49,5%) e Brookfield Participações (1%). A empresa ofereceu R$ 448,8 milhões, sem deságio, para construir 11 linhas de transmissão com 1.323 quilômetros e nove subestações em Minas Gerais.

O lote E, de 230km de linhas de transmissão no Paraná e Santa Catarina, foi arrematado pela Copel Geração e Transmissão, por valor de R$ 97,9 milhões, também sem deságio. A Planova Planejamento e Construções ficou com o lote G, único com deságio, de 6,14%. O valor ofertado pela empresa, de R$ 60,5 milhões, foi menor que o teto da RAP, de R$ 64,4 milhões. O lote é uma linha de transmissão de 350km localizada no Mato Grosso. Por fim, o consórcio Firminópolis, formado por CEL Engenharia e Celg Geração e Transmissão, arrematou o lote L, de um linhão com 83km de extensão em Goiás, por R$ 6,5 milhões, sem deságio. (Correio Braziliense)