Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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UTC manifesta interesse em deixar obra de Angra 3

UTC manifesta interesse em deixar obra de Angra 3

Em: 06/10/2015 às 14:29h por

A UTC manifestou oficialmente interesse em deixar o consórcio Angramon, responsável pela construção de montagem eletromecânica da usina nuclear de Angra 3 (de 1,4 mil megawatts), confirmou a empreiteira. Com a decisão, seis das sete integrantes do consórcio já se posicionaram a favor do cancelamento do contrato. Além dela, Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Techint já manifestaram interesse em deixar o projeto, por atrasos no pagamento.
A EBE é a única empresa, até o momento, a não ter se posicionado. O Valor apurou que a EBE ainda avalia seu futuro no projeto. A companhia estuda se irá se associar a outras empresas e dar continuidade às obras ou se, a exemplo de seus sócios, abrirá mão do contrato. Procurado, o consórcio Angramon disse que não se manifestará sobre suas consorciadas.
No início do mês passado, a Eletronuclear decidiu suspender temporariamente o contrato com o consórcio Angramon, por 60 dias. A falta de recursos para honrar os contratos também levou a estatal a suspender, mas por 90 dias, o contrato com a Andrade Gutierrez para execução das obras e serviços de construção civil da usina nuclear.
Em carta enviada pela Eletronuclear à empreiteira, a qual o Valor teve acesso, a estatal indica a "necessidade de promover a readequação dos recursos financeiros necessários ao prosseguimento da obra". Em comunicado enviado ao mercado, na semana passada, a Eletrobras informou que a suspensão pode ser prorrogada para até 120 dias e que essa decisão "é, tão somente, medida temporária que se justifica diante de situação excepcional", sem explicitar os motivos da interrupção.
A Eletronuclear busca dois caminhos para solucionar o impasse financeiro em Angra 3. O primeiro é a assinatura de aditivo do financiamento firmado com a Caixa Econômica Federal destinado aos contratos internacionais da usina, o que possibilitaria o uso desses recursos para pagamento a fornecedores locais. O segundo é o aumento do preço de energia da nuclear, o que permitiria à estatal acessar novo empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
As interrupções na execução das obras e serviços de Angra 3 já levaram a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) a adiar, de junho de 2018 para janeiro de 2019, a previsão de início de operação da usina, de acordo com o recém-lançado Plano Decenal de Energia 2024. O índice de conclusão das obras de Angra 3 está em torno de 60%. A usina deve exigir investimentos de R$ 14 bilhões. (Valor Econômico)