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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Smart grids tornará o sistema elétrico do Brasil mais moderno e inteligente

Smart grids tornará o sistema elétrico do Brasil mais moderno e inteli

Em: 29/09/2015 às 11:38h por

As redes elétricas inteligentes (smart grids) mostraram-se uma das fortes tendências mundiais para modernizar o sistema elétrico. Para especialistas que trabalham com a geração de energia no Brasil, a tecnologia conseguiria quebrar o paradigma entre cliente e concessionária no País ao possibilitar que usuários das redes deixem de ser apenas consumidores para também se tornarem fornecedores de energia.
Illuminated power lines
Especialistas apontam que adotar essa tecnologia tornará o sistema elétrico brasileiro mais moderno e inteligente. Os smart grids permitem detectar, medir e controlar a produção de energia, além de monitorar a distribuição e o consumo de eletricidade de cada integrante da rede. As informações coletadas sobre o estado do sistema são transmitidas aos seus operadores.
Segundo a presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Melo, com essa inovação será possível descentralizar o modelo de geração do setor elétrico para dar mais poder de decisão ao consumidor. Os smart grids individualizam o consumo, fazendo com que o usuário consiga administrar, por exemplo, desde um painel solar a uma torre de microgeração de energia.
“A tecnologia smart grid permite que o consumidor não seja apenas um agente passivo do consumo e do pagamento da conta, mas sim um usuário que vai fazer sua escolha e que também vai contribuir para o suprimento da energia para o consumo consciente e a eficiência energética”, explicou Elbia Melo.
No setor de biogás e biometano, de acordo com o diretor-presidente do Centro Internacional de Energias Renováveis Biogás (CIBIogás), Rodrigo Regia, os smart grids são uma oportunidade de aperfeiçoar o monitoramento de usinas. “O grande ponto positivo da tecnologia dos smart grids é ter uma maneira de operar as usinas, fazendo o monitoramento normal, analisando como está sendo a produção de biocombustível e a geração de energia elétrica.”
Projetos
O último levantamento sobre smart grids no Brasil, feito pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) em 2014, apontou a existência de 200 projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) sobre redes elétricas inteligentes. Os estudos foram avaliados em aproximadamente R$ 1,6 bilhão. Ainda assim, há desafios a serem superados, como renovação das infraestruturas de transmissão, distribuição e medição de energia; implementação de sistemas de gestão e controle da distribuição; e comercialização da energia produzida pelos usuários.
“Estamos avançando nas redes elétricas inteligentes, mas é preciso mais investimento. Temos uma série de equipamentos que precisam ser introduzidos na cadeia produtiva”, informou o diretor-ouvidor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone. “Estamos avaliando com parcimônia essa questão de agregar qualidade e investimento, observando sempre o foco na motricidade tarifária.”
Os especialistas e dirigentes debateram sobre o tema durante o seminário “PCHs, CGHs e microgeração: o futuro das energias renováveis no País”, realizado nesta terça-feira (22), na Câmara dos Deputados.