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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Consumo de energia deve ter leve avanço em 2016, diz Tolmasquim

Consumo de energia deve ter leve avanço em 2016, diz Tolmasquim

Em: 17/09/2015 às 14:07h por

O consumo de energia elétrica no país deve ter um leve crescimento em 2016, depois da queda verificada neste ano, avalia o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, em evento que ocorre hoje em São Paulo. “A carga vai crescer, mas cresce muito pouco”, avaliou o executivo.
 
Segundo ele, o recuo no consumo da eletricidade ocorrido em 2015 e a expectativa de baixo crescimento da economia já influenciou o Plano Decenal de Energia (PDE) 2024, divulgado hoje, que prevê o acréscimo de 73 mil MW ao sistema nos próximos 10 anos. “A gente colocou menos MW que nos planos passados. Vai haver retomada [no consumo], mas sobre uma base muito menor”, argumentou.
 
De acordo com Tolmasquim, as usinas de São Luiz do Tapajós e Jatobá são os principais empreendimentos a serem licitados e que devem contribuir para aumentar a capacidade instalada. A expectativa, contudo, é que o leilão para o primeiro empreendimento fique apenas para o próximo ano, por conta dos desafios para a aprovação ambiental do projeto.
 
O plano decenal prevê acréscimo de 27 mil MW em hidrelétricas até 2024, dos quais 19 mil já estão em construção e 7,8 mil serão licitados. Segundo ele, sem a entrada de novas usinas, o país precisará pensar em novas fontes de energia para suprir a necessidade do insumo. “Não estou dizendo que não vai sair, mas a palavra final é do órgão ambiental”, disse.
 
Produção de petróleo
O investimento de empresas privadas será fundamental para assegurar o crescimento da produção de petróleo, afirmou Tolmasquim durante evento. No PDE, a EPE prevê que a produção de petróleo dobre no país, passando dos cerca de 2,5 milhões de barris por dia para 5 milhões de barris diários daqui a dez anos. O número ficou estável em relação à previsão para 2023, apresentada no ano passado.
 
“Na realidade, estamos mantendo a projeção com um ano a mais”, disse quando questionado se as restrições financeiras e de investimento da Petrobras poderiam comprometer a meta. “Está tendo um certo atraso [nos projetos de produção], então o crescimento foi postergado, mas dá pra chegar na meta. É óbvio que com outras empresas ajudando, o que é fundamental”, ressaltou.
 
Na visão dele, o preço do petróleo no mercado internacional, que hoje está na casa dos US$ 45 por barril deve se recuperar, na medida em que alguns produtores forem abandonando a produção no cenário de cotações mais deprimidas. “O desafio de longo prazo para o petróleo não é o preço, é a alavancagem de recursos para o investimento. São volumes muito grandes, esse é o desafio”, afirmou. (Valor)