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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Governo quer atrair novos investidores para o setor de transmissão

Governo quer atrair novos investidores para o setor de transmissão

Em: 16/09/2015 às 12:15h por

O setor elétrico está à procura de novos investidores para retomar o caminho dos leilões de expansão de transmissão no país. Segundo a avaliação da Agência Nacional de Energia Elétrica, o momento não está propenso ao sucesso dos certames passados com deságios elevados. E o principal fator é a falta de capacidade de investimentos que os atuais players do setor apresentam, resultado do alto nível de alavancagem que se verifica nesse momento. 
De acordo com o diretor Reive de Barros, essa situação decorre de um ambiente de grande expansão do sistema brasileiro. Ele disse que o país licitava uma média de R$ 4 bilhões em novos projetos em transmissão, agora esse montante está em cerca de R$ 8 bilhões.
“Esse ano vamos investir em torno de R$ 20 bilhões e já contratamos R$ 10 bilhões. Os dez  principais empreendedores que operam no Brasil estão com R$ 30 bilhões em contratos e existem sistemáticos atrasos nos empreendimentos, A nossa sensação é de que não tem players suficientes para atender a essa demanda”, afirmou o diretor da Aneel, que participa do Energy Summit, em São Paulo, nesta quarta-feira, 16 de setembro.
Barros lembra que nos últimos anos houve um número elevado de linhas de transmissão em leilões, principalmente com grandes troncos que vêm do Norte para o submercado Sudeste/Centro-Oeste. E por essa expansão acelerada é que não há capacidade de pessoal e recursos para atender a todos esses projetos. A forma seria buscar novas empresas que já atuam no exterior para o país, bem como outras atores internos, como Fundos de Pensão para investir nos projetos de expansão da capacidade de geração e transmissão.
“O próprio ministro de Minas e Energia está em Moscou, na Rússia, e, preocupado com isso, pensando em um roadshow nos Estados Unidos e Canadá para que mais investidores venham para o mercado brasileiro”, revelou o diretor da agência reguladora.
A Aneel, continuou Barros, está em processo de avaliação das causas que levaram o setor elétrico ao atual momento. Ainda em transmissão a agência afirma que a baixa atratividade não tem apenas uma causa. Além da falta de investidores elenca ainda os riscos ambientais do empreendimento e a causa econômica, com a mudança das condições de financiamentos e de disponibilidade de recursos no mercado.
Do lado ambiental, as exigências atuais não eram vistas no passado e que, por isso, a avaliação da agência passa pela necessidade de se colocar lado a lado os interessados em desenvolvimento do setor elétrico e a preservação do meio ambiente. E fazer isso ao mesmo tempo é o desafio para que o empreendedor tenha noção mais clara das exigências que são feitas e assim mitigar os riscos do projeto. Outro ponto destacado pelo diretor é a dificuldade do Ibama operacionalizar todas as requisições de licenciamentos uma vez que a comunicação é um dos pontos fracos entre o setor e os órgãos ambientais, o que leva a um gargalo importante em termos de licenciamentos, já que o volume de empreendimentos é mais elevado do que a capacidade do órgão. Dentre as alternativas que se avaliam nessa questão de agilizar o processo está a flexibilização de atuação das agências, mas sem deixar de lado a preservação ambiental.
Já na questão financeira, o Wacc regulatório é outro ponto em avaliação. Mas, disse o diretor da Aneel, por mais que se aumente esse retorno não há como precificar o risco ambiental. E essa discussão está sendo feita também no âmbito do Tribunal de Contas da União.
Segundo Reive, a base de cálculo do Wacc já não é a mesma porque a questão cambial se alterou. Além disso, lembrou que o custo de capital também é outro item que não é o mesmo do ano passado, bem como a participação do BNDES nos empréstimos ao setor. Contudo, ele evitou afirmar que a Aneel irá alterar o índice de retorno do investimento aos empreendedores. Até porque as regras podem ser alteradas apenas depois do leilão de outubro, onde a agência deverá licitar cerca de R$ 10 bilhões em projetos.
“Temos um diagnóstico das principais causas que estão inibindo a participação de agentes há soluções de curto e médio prazo e é o que estamos mapeando. A quantidade de agentes é insuficiente para a necessidade de ampliação do sistema, não existe capacidade de investimento de agentes suficientes para atender a expansão do país”, reforçou. (Canal Energia)