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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Empreendedores de PCHs esperam sucesso de todos projetos em leilão de energia

Empreendedores de PCHs esperam sucesso de todos projetos em leilão de

Em: 01/04/2015 às 15:55h por

Ainda comemorando a recente confirmação do preço de referência estipulado para o leilão de energia A-5 (cinco anos para entregar a eletricidade), que será realizado pelo governo federal no dia 30 de abril, o segmento de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) prevê um enorme êxito dentro do certame. Com um valor-teto de R$ 210,00 o MWh, a expectativa da Associação Brasileira de Fomento às Pequenas Centrais Hidroelétricas (Abrapch) e da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) é que todos os projetos de PCHs saiam vitoriosos da concorrência.
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) cadastrou 27 empreendimentos de PCHs (de 3 MW a 30 MW) para o leilão, que totalizam 477 MW de potência instalada (o que corresponde a cerca de 12% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul). Dois desses complexos serão construídos no Estado e somam 38 MW. Assim como as PCHs, participarão da disputa no final do mês projetos de grandes hidrelétricas e termelétricas. Todas as iniciativas alcançam 19.826 MW em potência instalada.
O presidente da Abrapch, Ivo Augusto de Abreu Pugnaloni, considerou positivo o patamar de preço determinado para as pequenas centrais hidrelétricas e estima que todo o volume de energia ofertado será vendido no leilão. Para o dirigente, um dos motivos para essa valorização foi a mudança no Ministério de Minas e Energia. "O perfil do atual ministro (Eduardo Braga) é de uma pessoa que enfrenta desafios", afirma Pugnaloni. O representante da Abrapch acrescenta que Braga não tem preconceitos contra as PCHs. Entre outros fatores citados pelo dirigente para esse novo conceito estão a crise energética enfrentada pelo Brasil e a articulação dos representantes do setor.
O dirigente adianta que ainda há projetos de PCHs a serem desenvolvidos no Brasil que somam algo em torno de 9 mil MW. Dentro desse cenário, o presidente da Abrapch comenta que a única queixa do segmento é que o prazo para inscrição de novos empreendimentos não foi reaberto. "Então, o nosso pedido é que seja realizado outro leilão neste ano", defende.
O presidente executivo da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), Charles Lenzi, também classifica como satisfatório o preço-teto determinado para as PCHs. O dirigente recorda que se discutia com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), EPE e Ministério de Minas e Energia que o valor precisava dar uma sinalização positiva e estimular os empreendedores a participar dos leilões. Lenzi acredita que o diálogo com essas instituições propiciou a mudança quanto ao preço atribuído para as PCHs. O presidente da Abragel tem a expectativa de que essa conjuntura fará com que mais projetos participem dos leilões futuros, cujo próximo ele espera que ocorra neste ano ainda.
Lenzi crê que seja possível que todos os projetos de PCHs cadastrados neste próximo certame saiam vencedores da concorrência. O dirigente enfatiza que é importante diversificar a matriz energética nacional, com o aproveitamento das usinas térmicas, eólicas, grandes hidrelétricas, biomassa (queima de matéria-orgânica), solar e PCHs. O conselheiro da Abragel Ricardo Pigatto acrescenta que no passado havia uma segregação das PCHs, com valores desinteressantes, o que implicava baixa participação do segmento nos leilões.
De acordo com Pigatto, a escassez de energia e o trabalho do meio empresarial e das entidades do setor favoreceram a melhora do panorama. (Jornal do Comércio)