Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

Notícias

Alta do custo da energia pode levar a fechamento de fábricas de cloro e soda

Alta do custo da energia pode levar a fechamento de fábricas de cloro

Em: 09/10/2014 às 22:42h por Canal Energia

O atual cenário de preços de energia para o setor de cloro-álcalis, responsável pela produção, principalmente, de cloro e soda cáustica, pode levar até ao fechamento de fábricas no futuro. A conclusão toma como base um estudo encomendado pela Abiclor, entidade que representa o setor, e realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE). O aumento da tarifa para essa indústria é o principal fator de pressão sobre o segmento que tem 46% de seu custo operacional atrelado ao preço do energético.

Apesar da entidade não admitir o problema poderá ser maior a partir de meados do ano que vem, quando vencem os contratos da Chesf que foram mantidos no ACR. Entre esses contratos estão dois associados da entidade, a Braskem, em Alagoas, e a Dow, na Bahia. Essas duas, as maiores fábricas em capacidade instalada no país. “A fábrica de cloro e soda que existe em Maceió é a maior do país, se tiver um problema lá, será um problemão para o estado e para a população em geral. A da Dow é a segunda do setor”, lembrou o responsável pelo estudo da Fipe, Fernando Garcia, que é quem aponta a perspectiva de fechamento de fábricas, mas isso no futuro, sem precisar um horizonte de tempo para isso.
Até porque, lembrou o presidente da Abiclor, Aníbal do Vale, há diversas frentes para se combater essa perda de competitividade do segmento no Brasil. Entre essas frentes estão o acesso a uma energia mais barata, o gás pode ser mais competitivo ante o atual cenário, as leis trabalhistas possam permitir flexibilidade onde é possível, e ainda, a incidência de menos impostos em cascata. “O pior cenário é esse de fechar a fábrica”, afirmou ele.

Contudo, o presidente da Thymos Energia, João Carlos Mello afirma que nesse caso específico dos contratos da Chesf, poderiam levar ao fechamento das fábricas mais eletrointensivas, independentemente de sua área de atuação. “Vai ser vital para essas empresas a questão da energia, a Chesf não terá como atendê-los. Estão em processo que pode levar à nova judicialização do setor, senão fecha”, disse ele. “Os contratos da Chesf eram de R$ 100 a R$ 120 por MWh e hoje os contratos no mercado livre estão na casa de R$ 400 por MWh”, confirmou o executivo no final de setembro.