Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
Considerados pelo setor como algo capaz de incrementar a demanda por novos projetos, a velocidade da implantação de Data Centers no país tem sido questionada por agentes. Durante painel no Brazil Windpower, na última terça-feira, 28 de outubro, a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias, Élbia Gannoum, avaliou que o movimento está acontecendo em velocidade superior à esperada. “Não está demorando, está acontecendo mais rápido do que prevíamos”, explica.
De acordo com ela, a falsa impressão de lentidão vem pelos 14 GW em pedidos de conexão para Data Centers. Dessa forma, não há conexão disponível para todos. “Ninguém tem 14 GW da noite para o dia. Aconteceu tão rápido que precisa organizar a fila de pedidos de conexão”, avisa.
Para a presidente da associação, é preciso revistar o modelo de conexão. Antes, era preparada baseada em projetos que ficavam prontos em um horizonte longo para UHEs ou mais curtos para EOLs. Hoje o ritmo é outro. “Acabou, não é mais assim. Tem que projetar a conexão pensando na demanda e para Data Center, que chega hoje, quer para daqui um ano e meio e não sabe dizer se é 500 MW ou 5 GW. Precisamos nos adaptar a essa modelagem”, observa.
Já o hidrogênio, que apresentou recuo em preços e projetos, trazendo uma dose de desânimo ao setor, foi considerado por ela como superestimado pelo mundo na sua chegada. O H2V mostrou que os projetos precisam ainda vencer seus desafios em pontos como escala e custos. Dessa forma, a executiva acredita que no Brasil muitos projetos serão contratados antes de vários lugares o mundo. “Não é da noite para o dia, mas está acontecendo”, pontua.
A diretora da PSR Angela Gomes avaliou o energético na mesma linha que Élbia Gannoum, como uma aposta no longo prazo. Segundo ela, há desafios no transporte, sem o chamado ‘green bonus’. O H2V ainda precisa ganhar escala para reduzir os custos.
Já sobre os Data Centers, ela também identifica uma desarmonia entre o prazo para entrada em operação do DC e o que a rede é construída. A Aneel, ao pedir a garantias no momento do pedido de conexão, melhora o processo. Ainda de acordo com ela, atualmente há novas tecnologias que são capazes de acelerar o tempo de construção, o que pode mitigar o prazo. Isso deverá ser discutido com a regulação e o planejamento. “Vão ter empreendedores dispostos a pagar por esse custo adicional para ter a rede pronta no prazo que precisam”.
O Sindenergia é uma importante voz para as empresas do setor de energia em Mato Grosso, promovendo o diálogo entre as empresas, o governo e a sociedade, com o objetivo de contribuir para o crescimento econômico e a sustentabilidade ambiental