Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
Os custos do setor elétrico chegarão a R$ 395 bilhões em 2025. Desse valor, 26%, ou R$103,6 bilhões, são resultantes de subsídios e ineficiências. A conclusão é de estudo produzido pela Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia.
A Abrace alerta que esses valores pesam diretamente nas tarifas e reduzem a competitividade da indústria e da economia como um todo. O Indice Brasil do Custo da Energia calculado pela entidade é composto por R$ 44,4 bilhões em cotas da Conta de Desenvolvimento Energético que são pagas diretamente pelos consumidores. Esse seria o que foi chamado de “ponta do iceberg”. O orçamento total da CDE calculado para esse ano é de cerca de R$ 50 bilhões.
Outros R$ 59,2 bilhões incluem ineficiências. A associação aponta nesse caso a contratação de energia no ambiente regulado e perdas não técnicas, que somam R$ 20,4 bilhões. O valor inclui ainda receitas irrecuperáveis (inadimplência) das distribuidoras que também são reconhecidas na tarifa e encargos como P&D, Proinfa, iluminação pública e tributos cobrados em cima de todos esses valores.
O estudo mostra também que os custos de distribuição e transmissão, a chamada tarifa-fio, somam R$ 114 bilhões, ou 29% do total. A distribuição custa R$ 83,6 bilhões e a transmissão R$ 30,3 bilhões.
Já os tributos pagos sobre as ineficiências do setor totalizam R$ 21,4 bilhões, ou 5,4%. E subsídios implícitos na tarifa de geração distribuída R$ 6,85 bilhões, ou 1,7%.
“Os encargos e os impostos são um problema, mas a gente não pode desviar o olhar das ineficiências do setor”, alertou o presidente executivo da Abrace, Paulo Pedrosa, em café da manhã com jornalistas nesta quinta-feira, 11 de setembro.
Pedrosa destacou que mais da metade do custo da energia não é energia. “Tem um pedaço da ineficiência, talvez R$100 bilhões em R$400, que não precisariam estar na conta.”
O executivo destacou o impacto da geração distribuída no custo total que é bancado pelo consumidor. E também os custos de políticas publicas que ficam ocultos no preço de energia, como acontece com a destinação de recursos de Itaipu para projetos nos estados do Paraná e de Mato Grosso do Sul.
O Sindenergia é uma importante voz para as empresas do setor de energia em Mato Grosso, promovendo o diálogo entre as empresas, o governo e a sociedade, com o objetivo de contribuir para o crescimento econômico e a sustentabilidade ambiental