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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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EPE: Setor de óleo e gás pode reduzir emissões mesmo aumentando produção

Em: 23/06/2025 às 08:45h por Canal Energia

Novo estudo define ordenamento de tecnologias e níveis de esforços para descarbonizar segmento de E&P, que tem na eletrificação via grid a medida com maior impacto mas também com os maiores desafios

 

Para contribuir com o compromisso de reduzir a temperatura média global em 1,5º grau até 2050 sem comprometer o desenvolvimento econômico e o seu papel na agenda climática global, o setor de exploração e produção de petróleo e gás tem um potencial de diminuir entre 4% e 19% das suas emissões acumuladas de dióxido de carbono (média de 6,6 MtCO2eq/ano) mesmo com um aumento de 90% na prospecção dos combustíveis.


Essa é uma das principais conclusões do estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apresentado na última quarta-feira (18) na sede do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). De acordo com a diretora de Petróleo, Gás e Biocombustíveis da EPE, Heloisa Borges, a grande novidade expressa na nota técnica é trazer uma abordagem com medidas de baixo, médio e alto esforço para soluções de curto a longo prazo.


“A ideia é ter uma trajetória. Mapear onde estamos e traçar um plano para ajudar a tomar as decisões que vão levar ao objetivo de descarbonização máxima possível das operações”, destaca a executiva em entrevista ao CanalEnergia após o encerramento do evento. Já a grande surpresa pós conclusão do relatório, é de que existem alternativas que já são de médio e até alto esforço, mas que entregam muito pouco para a menor pegada de carbono no segmento.


Eletrificação

Por outro lado, a eletrificação via grid aparece como a medida com maior impacto nos três cenários de redução das emissões analisados no levantamento. No entanto, apesar do grande potencial devido à renovabilidade da matriz elétrica brasileira, a implementação enfrenta barreiras técnicas, principalmente em plataformas oshore distantes da costa, com custos de transmissão elevados e necessidade de investimentos em inovação. Ou seja, tem o maior esforço associado.


“A depender do projeto tem desafios tecnológicos imensos, sendo maior no mar não só pela distância e custos logísticos, mas também pela maturidade dos ativos”, ressalta Heloisa, afirmando que o maior problema acontece nas bacias produtoras e em projetos mais antigos. Já as iniciativas mais próximas da costa, nas chamadas águas rasas, se aproximam cada vez mais da viabilidade econômica. “Tem empresa olhando o uso de energia solar para movimentar as operações de umidade e produção de petróleo”, acrescenta.


Como medidas de incentivo necessárias, a diretora da EPE cita fontes de financiamento, acesso a tecnologias e como considerar esses investimentos em taxonomias sustentáveis, mostrando que na prática tais ações entregam a descarbonização em patamares elevados, em até 70% das emissões de uma operação, classificadas em quatro tipos: Combustão (70%), Queima em Tocha (25%) Ventilação (3%), e as Fugitivas (2%).


13 medidas

Além da eletrificação com geração centralizada ou proveniente do grid, o estudo elenca outras 11 medidas plausíveis aos objetivos da descarbonização no setor de E&P, mostrando uma escada evolutiva em ordem crescente dos níveis de esforços. E que são balizadas por critérios principais como custo marginal de investimento e a barreira tecnológica, levando em consideração fatores como perda de produtividade, retorno de investimento e custo operacional (mobilização de pessoal e paradas).