Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
A Livoltek aposta na fabricação local de inversores fotovoltaicos para entregar melhor preço ao mercado brasileiro de energia solar. A companhia avalia que a estratégia oferecerá vantagens em relação à importação de equipamentos diante do cenário de alta de fretes e desvalorização cambial do real frente ao dólar, além de possíveis futuros impactos de restrições de ex-tarifários.
A empresa, que integra o Grupo Hexing, inaugurou na última quarta-feira (24/07) uma fábrica no Polo Industrial de Manaus (AM). Foram investidos R$ 70 milhões na unidade, que, além de inversores, produzirá carregadores de carros elétricos, baterias para sistemas de armazenamento e motores de barcos elétricos. Com 30 mil metros quadrados, a planta iniciará a fabricação de inversores string e híbridos em outubro, com capacidade inicial de 1,8 GW ou 300 mil peças por ano.
“Com a alta do frete marítimo, cujo valor chegou a quintuplicar em alguns portos, somada a valorização recente do dólar, a inauguração da fábrica da Livoltek coloca a empresa e seus clientes em uma posição privilegiada, uma vez que ela conseguirá entregar as soluções com o melhor preço, melhor prazo, mais valor e proporcionará melhor fluxo de caixa para nossos parceiros, que não ficarão dependentes da flutuação do câmbio”, declarou o diretor geral da Livoltek no Brasil, Thiago Varanda.
Atualmente, o mercado brasileiro de energia solar é quase completamente dependente de importações, especialmente da China. O executivo afirmou que houve uma avaliação positiva da viabilidade de uma produção local de inversores fotovoltaicos e demais itens.
“Eles se pagam por vários fatores. Temos algumas vantagens no que tange a parte fiscal e tributária aqui em Manaus. Além disso, também há um fortalecimento na tropicalização do produto que será desenvolvido focado no mercado brasileiro”, disse Varanda.
“Sabemos que, quando um equipamento não é fabricado no Brasil, existem os ex-tarifários. Mas esse benefício com certeza terá algumas restrições subsequentes e teremos uma diferença de preço ainda maior comparado ao mercado internacional”, explicou o diretor geral da Livoltek.
Ele ainda destacou as vantagens logísticas da fabricação local. “Quando se fala em equipamentos fotovoltaicos, há o custo muito presente do frete internacional. Além disso, estamos sofrendo muito com a alta do dólar. Logicamente, é muito mais barato ter um frete e uma mão-de-obra que não são dolarizados. Essas vantagens compõe um preço final mais atrativo.”
Varanda contou que o desenvolvimento voltado para o mercado brasileiro permitirá a tropicalização dos equipamentos, ou seja, a adaptação às condições de clima e temperatura encontrados no país. “Os equipamentos importados são focados nos maiores mercados: China, Europa e Estados Unidos. Isso já traz condições diferentes de temperatura e umidade.”
O executivo afirmou que o objetivo é que a fábrica atue o máximo possível com insumos nacionalizados para obter um maior controle da cadeia de fornecimento. “Sabemos que alguns itens não são produzidos no Brasil e outros são de controle chinês. Queremos que isso seja o mínimo possível. Eu diria que pelo menos 70% do produto, incluindo todos os insumos, e 100% da mão-de-obra serão nacionalizados.”
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