Leilão A-3: adiamento pode favorecer preparação de vendedores, dizem agentes

Leilão A-3: adiamento pode favorecer preparação de vendedores, dizem a

Em: 08/03/2012 às 10:04h por Canal Energia

O adiamento do leilão A-3, do dia 22 de março para 28 de junho, não chegou a surpreender o mercado, apesar de ser inesperado, e pode contribuir para azeitar a estratégia de venda da energia. O Ministério de Minas e Energia alegou, para a mudança de data, que houve baixa demanda declarada pelas distribuidoras. "O governo teve sensibilidade para fazer em um momento mais propício para oferta e demanda de energia", avaliou Charles Lenzi, presidente da Associação Brasileira de Energia Limpa.

Ele acredita que haverá uma nova demanda de projetos a serem inscritos no certame, uma vez que o MME reabriu o prazo para cadastramento até o próximo dia 28 de março. Atualmente, estão cadastrados 598 projetos com capacidade instalada de 25.850 MW. Os projetos eólicos somam 524 empreendimentos com 13.180 MW. "Obviamente, eles viram que o momento não era propício para realização do leilão", disse o executivo à Agência CanalEnergia.

Uma das empresas que vai usar o momento para se preparar mais e estudar o mercado é a CPFL Renováveis, que tem 400 MW cadastrados no certame. Segundo Miguel Saad, presidente da companhia, o tempo será usado para, por exemplo, negociar preços dos equipamentos. Mas, o executivo disse que a alteração de data não afetará a estratégia da CPFL Renováveis. A empresa está avaliando ainda se efetivamente vai participar do certame.

Lenzi, da Abragel, disse que o governo deveria aproveitar o momento para sinalizar para uma participação maior das pequenas centrais hidrelétricas no certame. O preço teto de R$ 112 por MWh, praticamente, inviabiliza uma maior participação do segmento. Estão cadastradas 22 PCHs, com 343 MW. O MME abriu a possibilidade de PCHs do sistema isolado, que não entraram em operação, de participar do leilão. "Há uma demanda desses projetos para participar", assegurou o executivo.