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Profissionais do setor privado vão compor conselho da Cemig

Profissionais do setor privado vão compor conselho da Cemig

Em: 26/02/2019 às 09:06h por

Depois de ganhar um presidente do setor privado - Cledorvino Belini, que comandou a Fiat de 2004 a 2015 -, a estatal mineira Cemig deve passar a contar também com um experiente executivo do setor privado à frente do seu conselho de administração. O governo de Minas Gerais, na qualidade de acionista controlador da companhia, indicou na sexta-feira cinco nomes para seu conselho, com destaque para Márcio Utsch, que foi presidente da Alpargatas por 15 anos, e deixou a companhia no fim do ano passado. Aos 60 anos, Utsch foi um dos indicados ao conselho, e é o favorito para presidir o colegiado.

Assim como Belini, Utsch tem um currículo de sucesso à frente de uma grande companhia privada, sendo um nome bem visto pelo mercado diante dos desafios impostos pela Cemig.

Além de Utsch, também foram indicados ao conselho da companhia Antonio Junqueira, sócio da Vinland Capital e responsável pela análise de ações; Cláudio Araujo Pinho, advogado atuante no setor de energia; e José Reinaldo Magalhães, funcionário de carreira do Banco do Brasil e sócio da BR Investimentos - gestora fundada por Paulo Guedes que depois se transformou na Bozano.

O quinto nome indicado ao conselho - e que causou reação do mercado - foi o de Romeu Rufino, ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Nos 12 anos que esteve na diretoria da agência, foi diretor-geral de 2013 a 2018. Rufino deixou a Aneel, na qual atuou por 21 anos, como funcionário de carreira desde sua criação, em agosto, quando terminou seu mandato.

Rufino é comumente relacionado ao governo da ex-presidente Dilma Rousseff, ao PT e à medida provisória (MP) 579, de 2012, considerada origem de vários desequilíbrios no setor elétrico.

Ao Valor, o presidente do Partido Novo em Minas Gerais, Bernardo Santana, defendeu a indicação. O Novo é a legenda do atual governador mineiro, Romeu Zema, que assumiu em janeiro. "A avaliação dos nomes indicados para o conselho foi feito com base na qualificação técnica das pessoas e também foi levado em conta se elas têm um alinhamento com o que o governo de Minas quer", afirmou Santana ao Valor.

Lista de indicados pelo governo de Romeu Zema inclui ainda Romeu Rufino, ex-diretor da Aneel e associado ao PT

"Se eu estivesse na presidência da Cemig, gostaria de me aconselhar com alguém que conhece de regulação como ele [Rufino], afinal estamos trabalhando para uma privatização da Cemig. E ele deve ser uma das pessoas que mais conhece de regulação", afirmou Santana, que desde a campanha eleitoral do ano passado acompanha de perto as discussões sobre Cemig.

A escolha dos indicados para o conselho da Cemig foi feita por um grupo de pessoas da qual fazem parte Belini e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Manoel Victor de Mendonça Filho, disse Santana.

Santana reiterou que a escolha dos nomes passa por uma avaliação técnica. "A gente pode não agradar todo mundo nessas escolhas, mas o que estamos querendo é um conselho que não seja político", afirmou o dirigente do Novo.

Os nomes serão apreciados em uma assembleia geral extraordinária (AGE) convocada para 25 de março, e devem substituir os diretores indicados pelo controlador anterior Adézio Lima, Marco Antonio Castello Branco, Bernardo Alvarenga (que era presidente da companhia até o início do mês), Marco Aurélio Crocco e Luiz Guilherme Piva.

A proposta da companhia também prevê alterações no estatuto, com a redução do número de diretorias, de onze para dez, com a eliminação da vice-presidência. O conselho continuará com nove posições, mas não haverá mais suplentes nem vicepresidente do conselho.

A AGE vai se debruçar ainda sobre uma proposta que prevê a incorporação da Rio Minas Energia Participações (RME) e da Luce Empreendimentos e Participações (Lepsa), veículos na qual a Cemig detém participação indireta na Light. Até o ano passado, esses veículos eram compartilhados com bancos, mas estes exerceram uma opção de venda contra a Cemig e ela passou a ser a única sócia das empresas.

A incorporação deve ajudar a tornar mais fácil, do ponto de vista societário, a venda do controle da Light para um novo sócio privado, plano que a Cemig busca executar ainda neste ano.

Fonte: Valor Econômico