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Para Clinton, infraestrutura é desafio para o Brasil.

Para Clinton, infraestrutura é desafio para o Brasil.

Em: 10/12/2013 às 16:31h por Fiemt

Bill Clinton: "Necessidades de infraestrutura que não foram atendidas ainda"

A necessidade de investimentos em infraestrutura foi tema de debates na primeira edição do Clinton Global Initiative na América Latina, que começou ontem no Rio. Em discurso na abertura do evento, a presidente Dilma Rousseff ressaltou a necessidade de ampliar os investimentos no setor como forma de melhorar os indicadores sociais e afirmou que os novos esforços em infraestrutura necessitarão de fortes investimentos privados, baseados em concessões.

"O Brasil paga hoje o preço de décadas de omissão na construção de infraestrutura energética", afirmou a presidente, que citou o Plano Nacional de Banda Larga como o próximo grande desafio em infraestrutura no país.

A presidente comparou indicadores econômicos e sociais atuais com os das décadas de 90 e frisou as deficiências de infraestrutura do país. Na última década, a inflação manteve-se dentro da meta estabelecida pelo governo e 20 milhões de empregos formais foram criados.

"Por muitos anos, o Brasil foi pensado como um país pequeno, dedicado apenas a uma parcela privilegiada de sua população. Não foi pensado para todos. As consequências se fizeram sentir nos déficits sociais", disse Dilma. Segundo a presidente, 36 milhões de pessoas deixaram a extrema pobreza na última década, o que ajudou a criar um "expressivo mercado de consumo nos últimos dez anos". A relação entre dívida líquida e Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 60,4%, antes da administração petista, para 35%, o patamar atual, disse ela.

O presidente da Andrade Gutierrez, Octavio Azevedo, afirmou que o programa brasileiro para infraestrutura está indo melhor do que o esperado e pediu que o governo mantenha os incentivos na área. "Para melhorar, precisa continuar", afirmou, sem, contudo, detalhar sua estratégia sobre os recursos disponíveis para esses investimentos.

Azevedo defendeu que os governos definam parâmetros internacionais de sustentabilidade para empresas que desenvolvem projetos de infraestrutura. Segundo ele, a falta desses parâmetros leva a distorções no mercado, com as empresas que operam sob regras mais rígidas com preços superiores ao de concorrentes que não costumam atuar nesse cenário. " dinheiro deve ser dado às empresas que tenham projetos consistentes de sustentabilidade", disse o empresário.

Organizador do evento, o ex-presidente americano Bill Clinton defendeu a maior participação da iniciativa privada em investimentos em infraestrutura. Falando sobre desafios que o Brasil ainda precisa enfrentar, Clinton deu como exemplo as carências no setor de transporte. "O Brasil tem certas necessidades de infraestrutura que não foram atendidas ainda", disse. "Qual a participação do setor privado no desenvolvimento de estradas e na infraestrutura básica?", perguntou o ex-presidente.

Falando logo após a presidente Dilma, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), ressaltou que a carência de investimentos no setor afeta diretamente os municípios. Segundo ele, em alguns casos a administração municipal precisa lidar com carências históricas de infraestrutura urbana que nunca foram enfrentadas. "Para as chuvas, é preciso construir piscinões. Essa é uma carência que tem 450 anos no Rio de Janeiro, a idade da cidade. Nunca foi feito", disse o prefeito.