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Setor de energia deve desligar cerca de 7, 9 mil trabalhadores

Setor de energia deve desligar cerca de 7, 9 mil trabalhadores

Em: 12/04/2013 às 10:17h por Jornal da Energia

Com a recente divulgação do Plano de Demissão Voluntaria (PDV) previsto pela Eletrobras, o setor de energia pode perder um quadro de funcionários que ultrapassaria a casa dos 7,9 mil trabalhadores dentro dos próximos anos. Além da estatal de federal, empresas como Copel, Celesc, Cemig e Cesp têm ou vão abrir PDVs, processos que podem ter sido acelerados para ajustar as companhias à nova realidade financeira pós-MP 579.

No caso da estatal paulista o secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, afirmou semana passada, que essa é uma das saídas encontradas da Cesp para sanear os custos. “São cerca de 400 funcionários em época de se aposentarem que podem ser transferidos para a Fundação Cesp (previdência da Cesp)”, contabilizou o secretario ao lembrar que os 800 trabalhadores a permanecerem na empresa são “absolutamente necessários para a operação”.

Já no plano da Eletrobras é esperada a adesão de aproximadamente 5 mil colaboradores, dos quais, cerca de 40% com cargos gerenciais e salários acima da média. Boa parte dos profissionais provavelmente com mais de 20 anos de casa, além de conhecimento técnico acumulado ao longo de décadas atuando no setor. O gasto estimado é de R$ 1,4 bilhão. A empresa tem o objetivo de reduzir custos em 20% este ano, aumentando esse percentual para 30% a partir de 2014.

O professor Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe/UFRJ concorda que essa é uma movimentação necessária para as empresas, mas que deveria ser cuidadosa. “Tem a ver com a qualidade dessa diminuição de quadros, o conhecimento adquirido ao longo dos anos, com atenção se são funcionários de áreas administrativas ou do quadro de engenharia”, explicou ao sugerir que a falta desse cuidado poderia causar uma “perda de memória técnica”, como qualificou.

Para o diretor da Coppe, uma solução seria a implantação de planos amortecidos, com retenção maior de engenheiros e redução maior dos quadros administrativos, o que poderia minimizar algum impacto da redução de funcionários. Para se ter uma ideia, na mineira Cemig há em andamento, um plano de Plano de Demissão Voluntária para 1.000 funcionários, que sairão da Cemig Holding, da Cemig Geração e Transmissão e da Cemig Distribuição.

Em recente reunião com investidores, o diretor financeiro da Cemig, Luiz Fernando Rolla afirmou que os empregados começariam a sair agora, sendo desligados até junho. “No primeiro ano haverá uma despesa grande, mas o mercado perceberá que dentro de um ou dois anos, teremos uma redução substancial”. O PDV Da Cemig integra os planos para o corte de custos anunciado no ano passado de R$ 600 milhões no total, para um período de três anos. O diretor contou que só em 2012 “a companhia pretende economizar R$ 200 milhões”.

Sobre os desligamentos, o secretário de Energia da Federação Nacional do Urbanitários (FNU), Fernando Pereira expôs que a preocupação da entidade em relação a maneira com a qual estão sendo conduzidos os processos. “Parece que é só discutido o presente, somente questões financeiras”, frisou. 

Sul
No Sul, duas companhias estão com programas em curso. No caso da Copel são 790 empregados contabilizados no Programa de Sucessão e Desligamento Voluntário (PSDV), feito ao longo de 2012, que teria um efeito negativo líquido de R$ 111,4 milhões, que deve se reverter positivamente nos próximos anos. Já na Celesc, 20% do quadro da está inscrito em um PDV, totalizando 734 funcionários, o que representaria um investimento bruto de R$ 245 milhões para uma economia estimada em R$ 579 milhões.