Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
De acordo com cálculos da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (ABRACE), o custo do acionamento das usinas termelétricas vai anular, no mês de fevereiro, praticamente todo o desconto que a indústria teria em suas contas de energia em função da MP 579, convertida na Lei 12.783, em vigor desde o início do mês. O Encargo de Serviços do Sistema (ESS), por exemplo, deve atingir R$ 22 por MWh, totalizando um custo de R$ 933 milhões, frente a um desconto médio oriundo da MP de R$ 24 por MWh. Se somado ao encargo de janeiro, em apenas dois meses, o custo global das térmicas para os consumidores é da ordem R$ 1,5 bilhão, mais da metade de todo o encargo gerado no ano passado.
“Existe uma distorção no modelo de precificação do mercado à vista, conhecido como Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que onera justamente aqueles consumidores que possuem contratos de longo prazo no mercado livre”, explica o presidente-executivo da ABRACE, Paulo Pedrosa. “Esse modelo precisa ser revisto pelo governo para que os descontos nos custos da energia cheguem ao consumidor industrial e que, com isso, a indústria possa recuperar sua produção”, completa.
Além disso, Pedrosa afirma que diferentemente dos consumidores residenciais que só vão pagar o ESS depois dos reajustes anuais de suas distribuidoras e, portanto, diluídos no tempo, a indústria que está contratada no mercado livre paga esse encargo mensalmente. É por esse motivo que o desconto das tarifas promovido pela MP será corroído pelo custo do ESS durante o mês de fevereiro.
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