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Economia cresce 0,6% no 3º trimestre, abaixo da expectativa, diz IBGE

Em: 30/11/2012 às 11:42h por Valor

O Produto Interno Bruto (PIB), dado que representa a soma de todas as riquezas produzidas pela economia do país, teve expansão de 0,6% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o segundo trimestre, na série com ajuste sazonal, de acordo com o resultado das Contas Nacionais divulgado nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

O resultado ficou bem abaixo da estimativa média de 1,2% apurada junto a 11 analistas consultados pelo Valor Data. As previsões variaram de 0,9% a 1,3%.

O PIB do terceiro trimestre também veio abaixo do que apontava o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, e que indicou crescimento de 1,15% na passagem do segundo para o terceiro trimestre de 2012, na série com ajuste sazonal.

O resultado decepciona também a expectativa do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que previu esta semana que o desempenho do PIB do terceiro trimestre não seria 'nada espetacular', estimando uma taxa entre 1% e 1,3%.

No segundo trimestre de 2012, o PIB cresceu 0,2%, dado revisado de alta de 0,4% divulgada anteriormente, na comparação com o primeiro trimestre, na série dessazonalizada.

No acumulado do ano, o PIB cresce 0,7% ante igual período do ano anterior. Já no acumulado em quatro trimestres, o PIB cresce 0,9%.

Em outra comparação, o PIB cresceu 0,9% no terceiro trimestre de 2012 frente a igual período de 2011. Este foi o pior resultado para o PIB nesse período desde 2009, quando o indicador caiu 1,5%. Em 2009, a economia do país era fortemente atingida pela crise internacional.

Reação aos estímulos – No lado da oferta, a indústria cresceu 1,1% no terceiro trimestre ante o segundo e ajudou a impulsionar a atividade econômica . O setor de serviços não contribuiu para o crescimento econômico no terceiro trimestre ao ficar estável sobre o trimestre imediatamente anterior, com avanço zero e a agropecuária teve expansão de 2,5%, na mesma base de comparação.

A média apurada pelo Valor Data foi de alta de 1% para a indústria, no terceiro trimestre ante o segundo. Para o setor de serviços, os analistas estimaram também avanço de 1% e, na agropecuária, aumento de 3,4% na mesma base de comparação.

O desempenho da indústria foi impulsionado principalmente pela redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis. O benefício foi prorrogado até dezembro, mas, como inicialmente vigoraria somente até agosto, as vendas e a produção se concentraram naquele mês.

A partir de outubro, economistas esperam que a retomada da indústria, embora moderada, seja mais espalhada entre diferentes setores.

Demanda – Pelo lado da demanda, o consumo das famílias cresceu 0,9% no terceiro trimestre de 2012, ante o segundo de 2012. A demanda do governo aumentou 0,1% e a formação bruta de capital fixo (que representa o investimento em máquinas e equipamentos e na construção civil) caiu 2%, sempre na mesma base de comparação e na série com ajuste sazonal. A taxa de investimento atingiu 18,7% do PIB no terceiro trimestre.

A média apurada pelo Valor Data foi de alta de 1,2% para o consumo das famílias, elevação de 0,5% na demanda do governo e queda de 1% na formação bruta de capital fixo (FBCF), na passagem entre o segundo e o terceiro trimestre do ano.

Comércio externo – No setor externo, as exportações cresceram 0,2%, segundo o IBGE, enquanto as importações caíram 6,5% no terceiro trimestre, ante o segundo.

A média das previsões apuradas pelo Valor Data foi de aumento de 2% para as exportações e queda de 3,5% para as importações.

Outros desempenhos – Apesar de bem abaixo do 1,2% esperado, o crescimento de 0,6% PIB brasileiro no terceiro trimestre, na comparação com o trimestre anterior, deixou o Brasil com o quarto maior crescimento em um ranking de 14 países que já divulgaram suas taxas de crescimento entre julho e setembro.

O maior crescimento, de 1,4%, ficou com o Chile, seguido pelo Reino Unido, com 1%, e os Estados Unidos, com 0,7%.

Atrás do Brasil ficaram México, com 0,5%; Alemanha, Coreia do Sul e França, todos com 0,2%; e a União Europeia, com 0,1%. Com queda no PIB na passagem do segundo para o terceiro trimestres ficaram a Itália, com -0,2%; Espanha, com -0,3%; Portugal, com -0,8%; Japão, com -0,9%; e Holanda, com -1,1%.