Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Energisa e Copel avaliam o Rede

Em: 18/10/2012 às 09:05h por Valor

O grupo mineiro Energisa e a estatal paranaense Copel vão entrar na briga pela aquisição do grupo Rede. As duas empresas costuram a formação de um consórcio para fazer uma proposta de compra da companhia do empresário Jorge Queiroz, que possui oito distribuidoras em intervenção pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). As duas elétricas já informaram à agência a intenção de participar do negócio.

"Vamos apresentar uma proposta às autoridades no devido momento", disse o diretor financeiro e de relações com investidores da Energisa, Maurício Botelho, ao Valor. Procurada, a Copel não se manifestou sobre o assunto, mas confirmou a parceria em comunicado ao mercado.

No páreo pelo Rede estão CPFL Energia e Equatorial, que assinaram na última semana memorando de entendimentos para adquirir o controle das distribuidoras do grupo. Em entrevista recente ao Valor, o diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, contou que dois fundos internacionais (Zaff e Guggenheim) também estão interessados no negócio. O Zaff tem experiência no setor e reestruturou a Elektro, distribuidora que opera no interior de São Paulo. A estatal mineira Cemig e a J&F holding (controladora do frigorífico JBS-Friboi) também manifestaram interesse à Aneel.

Segundo uma fonte a par das negociações, Queiroz concedeu preferência a CPFL e Equatorial, o que irritou os demais proponentes. Ainda de acordo com ela, o empresário foi influenciado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que possui 15,86% do capital do Rede. Além disso, conta a favor da Equatorial o fato de a empresa ter adquirido recentemente a gestão da Celpa, distribuidora que também pertencia ao Rede e estava em recuperação judicial. O negócio foi fechado pelo valor simbólico de R$ 1 e o compromisso de investimentos de R$ 700 milhões na distribuidora nos próximos dois anos.

Para continuar no jogo, a Energisa e a Copel devem fazer a oferta pelo Rede até o fim deste mês, quando a holding deve apresentar à Aneel e aos acionistas um plano de recuperação das distribuidoras. A intenção do Rede é transferir o controle da holding para um novo controlador, sob a condição de injetar R$ 773 milhões no grupo.

Para a Energisa, pesa positivamente o desejo da empresa em adquirir integralmente a holding. A medida agrada à Aneel, que acredita que "fatiar" o Rede não é a melhor solução para os problemas financeiros e operacionais das distribuidoras.

Segundo o diretor da Energisa, há oportunidades de geração de valor a partir da reestruturação financeira do grupo Rede. Além disso, com a aquisição, a Energisa aumentaria o ganho de escala e sinergia, fatores essenciais no cenário atual do setor de distribuição, em que a Aneel reduziu as margens e a rentabilidade das concessionárias.

A Energisa possui cinco distribuidoras: uma em Minas Gerais, uma em Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro, uma em Sergipe e duas na Paraíba. Em agosto, a companhia concluiu a compra de duas usinas a biomassa de cana-de-açúcar da Tonon Bioenergia, por R$ 150 milhões. A empresa também está implantando cinco parques eólicos no Rio Grande do Norte e possui várias pequenas hidrelétricas em construção ou operação.

O Rede detém a concessão das distribuidoras Celtins, Cemat e Enersul, que atuam em Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, respectivamente. O grupo também controla quatro distribuidoras no interior de São Paulo (Caiuá, Bragantina, Nacional e Vale Paranapanema) e uma no interior do Paraná (Companhia Força e Luz do Oeste). Esses ativos menores são muito atrativos para as proponentes, devido a sua localização estratégica e o seu baixo custo operacional.