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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Smart grid: implantação em grande escala deve ocorrer a partir de 2016

Smart grid: implantação em grande escala deve ocorrer a partir de 2016

Em: 25/06/2012 às 12:02h por Canal Energia

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A implantação em grande escala de redes inteligentes no Brasil deve acontecer de fato a partir de 2016, com as definições legais e a regulamentação do tema. A primeira etapa do projeto estratégico de pesquisa e desenvolvimento que envolve 33 distribuidoras e quatro geradoras de energia elétrica já foi concluída, com a entrega em fevereiro de relatórios à Agência Nacional de Energia Elétrica. A segunda fase, que inclui a publicação de dois livros com as conclusões dos trabalhos e a criação de um observatório para acompanhamento de todos os projetos-piloto em andamento, deverá ser finalizada até 17 de setembro desse ano, segundo previsão da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica.

Uma das questões cruciais para o segmento de distribuição é como será dividida a conta dos novos investimentos. "Com a regulação atual, o processo de remuneração dos ativos das distribuidoras não paga isso", afirma o presidente da Abradee, Nélson Fonseca Leite. O executivo lembra que tudo vai depender da escolha da tecnologia e de como a regulamentação vai tratar do assunto.

As distribuidoras calculam que a instalação de redes inteligentes terá custo adicional e a nova tecnologia deve cobrir inicialmente apenas parte do país. A regulamentação deverá definir o tratamento a ser dado à questão da vida útil desses ativos, para efeito de depreciação. Hoje, explica Leite, medidores eletromecânicos têm vida util regulatória de 25 anos. Para os medidores eletrônicos, o prazo atual de 13 anos terá de ser revisto com a nova tecnologia.

Resultado de chamada pública realizada pela Aneel, o projeto estratégico de P&D envolveu o diagnóstico e o grau de penetração das diversas tecnologias existentes no mundo, para que se elaborasse uma proposta a partir de certas premissas e cenários. Leite, da Abradee, lembra que o trabalho contou com a participação de mais de 180 pesquisadores de diferentes instituições, que atuaram em diversas frentes. Na parte de medição, o trabalho ficou com o laboratório paranaense Lactec; automação de redes com a Universidade de São Paulo; geração distribuída, veiculos elétricos e armazenamento com a Kema; tecnologia da informação e interação entre equipamentos com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento - CPqD; e políticas públicas com a Fundação Getúlio Vargas. Foram realizadas também pesquisas qualitativas com órgãos de defesa do consumidor e formadores de opinião para tratar da questão sob a perspectiva do consumidor, e criado um módulo de coordenação geral a cargo do Instituto Abradee.

"Investimos até agora em torno de R$ 8 milhões em pesquisa, fora os projetos pilotos feitos pelas distribuidoras", conta Nélson Leite. Entre esse projetos estão o da Eletobras em Parintins (AM); o da Cemig em Sete Lagoas (MG); o da Ampla em Búzios (RJ); o da EDP em Aparecida (SP); e o da Copel na Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba (PR).

O dirigente da Abradee afirma que o trabalho feito por essas instituições considera a multiplicidade de usos da tecnologia de smart grid, mas não chega a analisar a questão da automação doméstica a partir das novas tecnologia e os efeitos de sua aplicação na casa do clientes. Para Leite, não tem como implantar um projeto de redes inteligentes sem levar em conta a interação entre serviços como energia e telecomunicações. Ele lembra que o programa Brasil Maior tem uma comitê interministerial que discute a implantação dessas redes, e a discussão do tema envolve tambem a indústria nacional.