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Brasil precisa diversificar fontes de finaciamento, aponta estudo

Brasil precisa diversificar fontes de finaciamento, aponta estudo

Em: 22/06/2012 às 13:33h por Jornal da Energia

Um relatório que analisou a capacidade de fomentar o crescimento da geração de energia renovável em 26 países da América Latina e Caribe classificou o Brasil como líder da região. Mas, ao mesmo tempo, sinalizou que o País poderia diversificar mais suas fontes de financiamento e políticas de fomento para melhorar o desempenho no setor.

O Climascópio 2012, lançado oficialmente nesta terça-feira (19), durante a Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), atribuiu ao País a pontuação global de 2,64, dentro de uma escala de 0 a 5. A pontuação máxima representa o melhor ambiente para investimentos. O Brasil teve a melhor presença em termos de uma matriz energética limpa e diversificada, com capacidade de atrair investimentos.

No entanto, conforme o estudo, o Brasil perde alguns pontos no parâmetro que analisa o ambiente de investimentos e financiamentos. Isso porque o cálculo do desempenho é feito considerando o valor do total investido em relação ao tamanho da economia (PIB), o que faz com que o Brasil não tenha sido o líder em alguns aspectos, quando considerados os aportes nos últimos cinco anos.

A chefe para América Latina da Bloomberg New Energy Finance, Gabriela da Rocha, analisa que, enquanto a maioria dos financiamentos no Brasil são feitos via BNDES, outras nações conseguem receber ajuda significativa de governos estrangeiros e financiadores internacionais.

"Na hora de fazer um panorama de qual são as outras fontes de investimento, o Brasil fica um pouco para atrás", admite Gabriela. Mas ela acrescenta que nenhum dos países analisados agrega "investimentos locais para projetos locais", coisa que o Brasil consegue fazer por conta do próprio BNDES.

De acordo com a analista, as pontuações alcançadas no estudo indicam um ótimo desempenho do Brasil, mas, ao mesmo tempo, demonstram que ainda existem amplas oportunidades de melhoria das condições para atração de investimentos ao País. Até porque o Brasil teve leve redução de desempenho nos indicadores que examinam a quota de energia renovável em relação à capacidade instalada e à geração.

De acordo com estimativas do Climascópio 2012, o Brasil agregou projetos focados em energia limpa no valor de cerca de US$70 bilhões entre 2006 e 2011, com destaque aos biocombustíveis e usinas eólicas, que absorveram uma boa fatia destes aportes. O documento calcula que, em termos absolutos, o Brasil possui uma capacidade instalada de 13,9 GW em energia limpa - aproximadamente 3GW a mais do que o resto dos outros países da América Latina e do Caribe juntos.

Microcrédito

Brasil e México estão entre os países que mais ofertaram empréstimos para microempresas e pessoas físicas investirem em projetos de eficiência energética. Mas, de acordo com a chefe da Bloomberg, esse cenário pode melhorar mais.

"Quisemos saber quem ofertava esse tipo de produto", explica Gabriela, ao calcular que das 36 instituições de microfinanças que operam no Brasil, nove oferecem microcrédito. "São projetos importantes que ajudam estas empresas a diminuírem seus custos", opina.