Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Térmica retoma a geração de energia

Térmica retoma a geração de energia

Em: 14/06/2012 às 12:03h por Folha do Estado

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Usina Governador Mário Covas (Termelétrica de Cuiabá) retoma geração de energia. Há uma semana, de 5 a 12 de junho, a média verificada saltou de 180 megawatts (MW) para 454 MW por dia, conforme boletim diário divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Funcionamento estava suspenso desde o dia 9 de maio por determinação da Petrobras, que arrendou a usina em 2011, ficando responsável pelo envio de gás natural à unidade.

Diretor-presidente da Empresa Pantanal Energia (EPE), Fábio Garcia, que administra a unidade, diz que a retomada da geração ocorreu porque os níveis dos reservatórios estão abaixo do que era esperado para o período, já que as chuvas atrasaram. Para se ter uma ideia, compara Garcia, este ano o nível médio dos reservatórios de todo o país está em 72%, enquanto que nesta mesma época em 2011, o nível estava em 97%.

Situação é mais grave no Sul do Brasil, onde o nível se encontra em 52% da capacidade, contra os 72% registrados no ano passado neste mês. Hidrelétricas do Nordeste também estão abaixo do esperado. Atualmente o nível é de 73% e em 2011 chegou a 90%. Energia produzida em Mato Grosso está integrada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), que envolve várias usinas em outros estados, explica a economista Hermília Maria Latorraca Ferreira, professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). "Mato Grosso é autossuficiente em geração, mas pode ser acionado para atender a demanda fora do Estado".

Termelétrica de Cuiabá responde por 20% (490 MW) da potência energética instalada em Mato Grosso, que possui um total aproximado de 2,5 mil MW. Calculo é do superintendente de engenharia da Eletronorte Mato Grosso, Hélio Monti, que destaca as vantagens e desvantagens deste tipo de geração energética.

"Pesa contra ela o custo, além do uso de combustíveis fósseis, que é uma energia não-renovável, e a emissão de gases, como o dióxido de carbono". No entanto, segundo Monti, a vantagem que não pode ser desconsiderada é a capacidade de geração firme. Pode funcionar 24 horas por dia e ser acionada em situações emergenciais, como falta de água nos reservatórios das hidrelétricas.

"Termelétrica é uma matriz complementar mais cara. Só que o custo mais alto no sistema é não ter energia. Indústrias começariam a repensar investimentos e ocorreria um desaquecimento na economia", afirma Garcia, ao lembrar que as termelétricas atuam de forma preventiva à falta de energia, garantindo segurança. Outro fator "benéfico", de acordo com diretor, é a localização da usina. Por estar próxima ao centro consumidor, traz confiabilidade ao sistema. "O que evita perda de energia por transmissão", completa o superintendente da Eletronorte.

Histórico - Depois de 4 anos e 7 meses paralisada, termelétrica voltou a operar em 13 de abril, quando gerou 47 MW até alcançar a capacidade máxima de 490 MW. Petrobras manteve funcionamento até 7 de maio, quando as atividades foram novamente suspensas, retornando em 5 de junho, conforme Boletim da ONS. Deste então, a carga máxima foi de 482 MW por dia.