Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Consumo rural na geração distribuída cresce 60% em dois anos no Brasil

Em: 08/08/2025 às 08:23h por Canal Energia

Energia limpa cresce cada vez mais no setor e fortalece práticas sustentáveis no agronegócio

 

Dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), sistematizados pela ABGD (Associação Brasileira de Geração Distribuída), mostram que a classe de consumo rural na GD (Geração Distribuída) cresceu cerca de 60% entre junho de 2023 e junho de 2025, passando de 3,5 GW para 5,6 GW de potência instalada.

Segundo a associação, o setor rural já representa 13% de toda a capacidade de GD instalada no Brasil, que atualmente supera os 42 GW. A GD está presente em 5.559 dos 5.570 municípios e tem se consolidado como uma estratégia energética fundamental para o campo brasileiro.

Para Carlos Evangelista, presidente da ABGD, a energia deixou de ser apenas um custo operacional no campo e passou a desempenhar um papel mais estratégico.

“A GD tem papel estratégico na diversificação da matriz energética. Permite reduzir emissões, amplia o acesso à energia em regiões distantes e garante maior previsibilidade no fornecimento, sem depender de combustíveis fósseis ou da oscilação hídrica”, apontou.

Segundo Evangelista, a GD tem sido decisiva para garantir autonomia energética e viabilidade econômica a propriedades que antes estavam marginalizadas da rede tradicional.

Além do impacto econômico, a expansão da GD no meio rural está alinhada às exigências internacionais por práticas sustentáveis e critérios ESG (ambientais, sociais e de governança).

Uma das apostas do setor para o próximo ciclo de crescimento da GD rural é a inclusão de sistemas de armazenamento de energia.

Ao permitir que os produtores guardem o excedente gerado durante o dia para uso em períodos de maior demanda ou baixa produção, como à noite ou em dias nublados, o armazenamento garante maior autonomia, estabilidade e resiliência energética.

“Em algumas regiões do país, o armazenamento já é economicamente viável, demonstrando seu potencial de expansão imediata. Com baterias integradas, os produtores podem armazenar o excedente de energia gerado durante o dia e utilizá-lo em períodos de baixa produção ou maior demanda, como à noite ou em dias nublados.

“Isso reduz a dependência da rede elétrica, garante maior estabilidade no fornecimento e amplia a autonomia das propriedades, especialmente em áreas remotas. Além disso, o armazenamento contribui para a resiliência do sistema energético como um todo, minimizando os efeitos de oscilações e interrupções no fornecimento convencional”, ressaltou o presidente da ABGD.