Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

Notícias

ANEEL tenta reverter decisão sobre pagamento de constrained-off

Em: 20/01/2025 às 13:43h por Canal Solar

Agência alerta para a transferência de R$ 1 bilhão aos consumidores em um curto espaço de tempo

A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) entrou com um pedido de suspensão de tutela de urgência para reverter uma decisão judicial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

A determinação obriga o órgão regulador a ressarcir geradores eólicos e solares pelos cortes de geração realizados pelo ONS (Operador Nacional do Sistema).

A Agência argumenta que a decisão, favorável à ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) e à ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), pode gerar um impacto financeiro significativo, com a transferência de cerca de R$ 1 bilhão aos consumidores de energia elétrica em um curto prazo, já a partir de janeiro de 2025.

Ação das associações

Conforme documentos obtidos pela reportagem, a ação judicial movida pelas associações busca garantir a compensação integral aos geradores pelos eventos de restrição de operação (constrained-off), conforme a Resolução Normativa ANEEL nº 1.030/2022. No entanto, as associações pedem que essa compensação:

  • Inclua todos os eventos de corte de geração, independentemente da classificação infralegal atribuída.
  • Não tenha qualquer dedução de franquias, independentemente da data dos eventos.

As associações também argumentam que a REN 1.030/2022 estaria em desacordo com a Lei nº 10.848/2024, justificando a necessidade de revisão do ato normativo.

Posicionamento da ANEEL

A agência argumenta que eventos de restrição de geração são intrínsecos à operação de todo e qualquer sistema elétrico de potência. E que esse risco deve ser assumido pelos empreendedores.

A ANEEL declarou que as tutelas de urgência concedidas representam um “grave e imediato risco à ordem e à economia públicas”.

Segundo o órgão, a decisão judicial subverte as regras estabelecidas para apuração e pagamento das restrições de operação, beneficiando indevidamente usinas eólicas e centrais fotovoltaicas associadas à ABEEólica e à ABSOLAR, em detrimento dos consumidores de energia elétrica do país.

Os cortes de geração, conhecidos como constrained-off ou curtailment, têm sido frequentes, especialmente em 2024, devido à oferta de energia renovável superar a demanda e à limitada capacidade de escoamento das redes de transmissão.