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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Zimmermann admite que relicitação de concessões seria inédito

Zimmermann admite que relicitação de concessões seria inédito

Em: 17/05/2012 às 14:50h por Canal Energia

O ministro interino de Minas e Energia, Marcio Zimmermann, afirmou em debate na Câmara dos Deputados que a eventual opção pela relicitação da concessões do setor elétrico que vencem a partir de 2015 seria uma coisa inédita no mundo, pela complexidade do processo. "Com relação a renovar ou relicitar, acredito que a grande interrogação que tínhamos é como reduzir a tarifa", relatou Zimmermann a parlamentares da Comissão de Minas e Energia.

Para o secretário-executivo do MME todas as concessões de usinas hidrelétricas retornarão necessariamente ao estado quando vencerem. Nesse processo, se a redução da tarifa vai para o consumidor cativo ou para o livre, o importante é que ela chegue a quem deve chegar por direito, sem intemediários que interfiram no preço da energia desses emprendimentos.

Após analisar a produção de energia em diferentes países, Zimmermann ressaltou que no Brasil a situação é diferente, pois existe uma demanda de crescimento da capacidade instalada inexistente em países desenvolvidos. Ele acrescentou que o país tem mais de 100 mil km de linhas de transmissão e potência instalada de 117 mil MW, dos quais em torno de 90 mil MW vem de usinas hidrelétricas.

Marcio Zimmermann lembrou ainda que o país tem incorporado gente ao consumo, por meio de programas sociais como o Luz para Todos, o que reforça a necessidade de planejamento e investimentos para dobrar essa capacidade até o final da década. Ele considera natural que a sociedade brasileira atinja com o tempo níveis de consumo per capita de energia próximos ao de países desenvolvidos.

Até 2020, segundo Zimmermann, o Brasil consegue antender a esse crescimento do parque instalado com a hidreletricidade. Tendo, em vista, porém, as limitações ambientais impostas a esse tipo de empreendimento, o governo terá de incluir no planejamento outras fontes que sejam competitivas. "O Brasil tinha potencial estimado de 260 mil MW. Temos entre 80 mil MW e 90 mil MW de hidrelétrica e, provavelmente, vamos chegar a 160 mil MW [de capacidade total]. Para esse crescimento, posso puxar a hidrelétrica como carro-chefe, mas tenho que puxar outras fontes" explicou.

Entre as fontes com espaço para crescer citadas pelo ministro interino estariam a eólica e as termelétricas a biomassa. Sobre as pequenas centrais hidrelétricas, Zimmermann explicou que é um fonte com bom potencial de crescimento, interessante por ser hídrica, mas deixou claro que o foco do governo nos leilões é a competitividade da energia ofertada, para não impactar na tarifa.