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Brasil atinge marca de 300 mil carros elétricos em circulação

Em: 10/07/2024 às 09:28h por Portal Solar

País registrou quase 80 mil emplacamentos no 1º semestre de 2024, mostra levantamento da ABVE; confira ranking dos modelos mais vendidos

 

O Brasil atingiu a marca de 300 mil carros elétricos em circulação, mostra levantamento da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Somente no primeiro semestre de 2024, foram registrados 79.304 veículos leves eletrificados vendidos no país, um avanço de 146% em relação ao mesmo período do ano passado.

Essa categoria inclui automóveis híbridos com recarga externa (PHEV), híbridos convencionais (HEV e MHEV) e 100% elétricos (BEV). A entidade estima que o ano encerrará com o volume recorde de150 mil veículos eletrificados vendidos no mercado brasileiro.

Segundo a ABVE, o resultado do primeiro semestre consolida a evolução do mercado brasileiro de eletromobilidade, hoje dominado pelos veículos elétricos plug-in e, dentre estes, pelos BEV totalmente elétricos. De janeiro a junho de 2024, os BEV representaram 39% dos emplacamentos de eletrificados no país, com 31 mil unidades.

Os PHEV, veículos elétricos híbridos que também têm recarga externa, responderam por 29,5%. Os veículos plug-in, portanto (BEV + PHEV), somaram 69% do mercado de eletrificados leves no período no Brasil.

Já os HEV convencionais (elétricos não plug-in a gasolina ou diesel) ficaram com 9,3% das vendas no primeiro semestre. Os HEV flex a etanol, com 14%. E os micro-híbridos MHEV, com 8%.

Avanços e riscos

A ABVE destacou que os números positivos se somam a algumas boas e más notícias para a eletromobilidade no Brasil. A boa notícia é a sanção pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Programa Mover, a nova política automotiva brasileira, com foco em veículos de mais eficiência energética e sustentabilidade ambiental.

As más notícias ficaram por conta das novas alíquotas de aumento do Imposto de Importação dos veículos eletrificados, que entraram em vigor no dia 1º de julho. Os BEV passaram de 10% (em 1º de janeiro de 2024) para 18%.

Os híbridos plug-in PHEV, de 12% para 20%. E os HEV (híbridos não plug-in), de 15% para 25%. Todas as alíquotas devem chegar a 35% até julho de 2026, segundo o cronograma divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento (MDIC) no final do ano passado.

Outro fator de preocupação para o setor é a indefinição sobre as novas regras de segurança para prevenção de acidentes com carros elétricos lançada para consulta pública em abril pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.

A preocupação em torno dessas regras, que deverão ser definidas no segundo semestre do ano, afetou o mercado de recarga elétrica em edifícios residenciais e comerciais, e não só em São Paulo – estado responsável por 34% das vendas nacionais de eletrificados leves.

“Os números de junho e do primeiro semestre confirmam o excelente momento da eletromobilidade no Brasil, mas temos de ficar atentos aos perigos de retrocesso na rota de descarbonização e eficiência energética da matriz brasileira de transporte”, disse o presidente da ABVE, Ricardo Bastos.

“Temos ouvido notícias preocupantes sobre a antecipação da alíquota de 35% do Imposto de Importação de veículos elétricos, que estava prevista pelo Governo Federal somente para julho de 2026”, acrescentou Bastos. “Entendemos que, a se confirmar, essa antecipação configuraria uma lamentável quebra das regras estabelecidas há apenas seis meses pelo próprio governo”

Outra preocupação é a eventual inclusão dos veículos elétricos no Imposto Seletivo, o chamado “imposto do pecado”. Para a ABVE, não faz sentido incluir os veículos elétricos nessa categoria.

“Os veículos elétricos são produtos de alto grau de tecnologia, que contribuem para a redução da poluição urbana, das emissões de gases do efeito estufa e dos altos níveis de ruído nas cidades brasileiras”, afirmou o presidente da ABVE.

“Eles são fatores decisivos para melhorar a qualidade de vida e diminuir as mortes associadas à poluição nas grandes cidades”. “Não nos parece cabível que esses veículos venham a ser taxados como se fossem produtos que fazem mal à saúde ou ao meio ambiente, o que absolutamente não é o caso”, concluiu Bastos.